O ministro dos Negócios Estrangeiros manifestou «apreensão» perante o anúncio do primeiro-ministro grego, considerando que cria «um factor de insegurança e imprevisibilidade».
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«É uma situação que evidentemente vejo com apreensão. No preciso momento em que a Europa mais precisa de sinais de confiança, este é um factor de insegurança e de imprevisibilidade», declarou hoje o ministro português, em Caracas, onde se encontra a cumprir uma visita oficial de três dias à Venezuela.
Paulo Portas aproveitou para endereçar um recado aos portugueses para valorizarem a «estabilidade e o consenso» que existem em Portugal relativamente às medidas para combater a crise e as metas estabelecidas pela troika.
«Permitam-me que diga aos nossos compatriotas que, quanto mais virem noutros países sinais de instabilidade e de divisão, mais os portugueses devem valorizar a estabilidade e o consenso em Portugal, porque é isso que faz de Portugal um país diferente, um caso singular, sermos vistos como um país estável e cumpridor», declarou.
O anúncio feito segunda-feira pelo primeiro-ministro grego de referendar as medidas da União Europeia para reduzir a dívida da Grécia está a agitar os meios políticos e financeiros europeus, tendo já o governo alemão manifestado a sua surpresa com a decisão e anunciando esperar «informações oficiais» de Atenas para tomar posição.