O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo anunciou hoje que os peritos da ONU vão regressar na quarta-feira a Damasco para continuarem a investigação sobre o uso de armas químicas no país.
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Serguei Riabkov declarou, no parlamento, que o Governo russo ficou «satisfeito» com o facto de os apelos que fez para que os peritos da ONU regressassem à Síria para investigar outros episódios de uso de armas químicas tivessem resultado.
«Segundo os nossos últimos dados, o grupo de (o professor sueco Ake) Sellstrom viajará amanhã, 25 de setembro», disse Riabkov, citado pelas agências locais.
A ONU adiantou, há dois dias, que os seus peritos iam deslocar-se a Damasco para negociar com as autoridades sírias os termos e as condições de uma missão para investigar o alegado uso de armas químicas no país.
Enquanto alguns países ocidentais e outros da região responsabilizam o regime de Bashar Al-Assad pelo uso de armas químicas, tanto o Governo de Damasco como a Rússia responsabilizam a oposição armada.
A Rússia entregou no passado dia 9 de julho na ONU os resultados de uma investigação que alega provar que a oposição síria usou agentes químicos num ataque lançado em março na província de Alepo.
«Os argumentos apresentados pelos Estados Unidos levantam grandes dúvidas, tanto de caráter técnico, como do ponto de vista da lógica e da razão», disse Riabkov numa sessão especial da Duma (câmara baixa do parlamento russo) sobre o conflito sírio.
O vice-ministro classificou igualmente de «precipitadas» as conclusões dos peritos da ONU depois da investigação realizada nos arredores de Damasco, alvo de bombardeamentos a 21 de agosto, e que apontavam para uma «alta probabilidade» de o ataque com armas químicas na zona ter sido realizado pelo regime de Assad.