Na última noite, em São Paulo, a sede da prefeitura foi alvo de uma tentativa de invasão. A noite ficou marcada por confrontos entre manifestantes e polícia, incêndios, saques e detenções.
Corpo do artigo
Devido aos protestos, o governo brasileiro decidiu acionar um reforço policial para as cidades que vão receber a Taça das Confederações.
Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Fortaleza e Brasília foram as cidades que já solicitaram o envio de tropas da Força Nacional de Segurança.
O reforço policial foi decretado pouco depois dos distúrbios que varreram a cidade de São Paulo na última noite e madrugada.
[youtube:JX7lFn_50hc]
Os protestos concentraram-se junto à sede da Prefeitura. Um grupo de manifestantes apedrejou e tentou invadir o edifício, rompendo o cordão que o isolava. A polícia de choque utilizou gás pimenta e gás lacrimogéneo para afastar o protesto, mas não conseguiu travar a raiva dos manifestantes.
Seguiram-se cenas de incêndios, saques e pilhagens a lojas e agências bancárias que ficaram praticamente destruídas.
O jornal Globo conta que as ações das últimas horas dividiram os próprios manifestantes, com um grupo a tentar conter os mais violentos.
Mais cedo, um grupo de dezenas de radicais já havia pilhado a sede do governo municipal da cidade, ao quebrarem vidros com pedras e barras de ferro e ao retirarem as bandeiras da cidade e do estado de São Paulo dos mastros. Outros manifestantes tentaram impedi-los, sem sucesso. Guardas-civis municipais que protegiam o local ficaram feridos.
O maior grupo de manifestantes protestava de forma pacífica na avenida Paulista contra o alto custo dos transportes públicos, após ter percorrido as ruas do centro historio da cidade. Segundo o instituto de pesquisas Datafolha, pelo menos 50 mil pessoas participaram na manifestação. Cerca de uma centena deles protestou em frente à casa do prefeito Fernando Haddad, também pacificamente.
São Paulo teve ainda outros focos simultâneos de protesto, em três localidades da zona sul e na região metropolitana, no município de Cotia.
Para discutir a atual situação do país, Dilma Roussef reuniu-se ontem com Lula da Silva. A presidente brasileira e o antecessor estiveram juntos em São Paulo.
Na análise de Ramiro Lopes, diretor do jornal Brasil Económico, as manifestações dos últimos seis dias são um cenário inédito na história recente do país.
O Partido dos Trabalhadores, desta vez, não lidera a voz dos manifestantes e isso nota-se: poder e povo não têm um interlocutor.