O Partido Popular pintou quase por completo de azul o mapa político dos Governos regionais espanhóis, com vitórias em feudos socialistas, reforçando as maiorias onde já governava.
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Nesta altura, e quando continuam a ser escrutinados os votos nas 13 eleições regionais deste domingo - o PP foi o claro vencedor nas municipais, com o PSOE a ter o seu pior resultado de sempre -, a única tábua de salvação dos socialistas pode ser a Extremadura.
Ainda assim, e quando o resultado final está por determinar, os socialistas são, atrás do PP, a segunda força mais votada - eram a primeira com maioria absoluta - e só conseguirão governar com a Esquerda Unida (IU).
A imprensa espanhola já descreve o que aconteceu hoje nas urnas em Espanha como "o princípio do fim do ciclo socialista" de José Luis Rodríguez Zapatero. Outros falam de uma "sangria socialista" que se mede um pouco por todo o país.
A liderança do PP clamou vitória e, com festejos à frente da sua sede em Madrid, já começou com o discurso que vai marcar, certamente, os próximos meses: a derrota socialista foi tão clara que Zapatero deve antecipar as legislativas de 2012.
O próprio Zapatero já admitiu a grande derrota de hoje, mas descartou qualquer alteração ao calendário eleitoral.
Seja como for o PSOE tem pela frente um longo processo de autoanálise, que terá que começar em Castela la Mancha, feudo que perdeu depois de 30 anos e que continuará na Extremadura e na Andaluzia. Nesta última não houve eleições regionais, mas nas municipais o PSOE perdeu, por exemplo, Sevilha, cidade que controlava há décadas.
Mas não se fica por aqui a derrota socialista: o PP arrebatou ao PSOE os governos de Aragão e do arquipélago das Baleares e pode compartilhar o poder com o novo partido das Astúrias, criado por um ex-ministro popular.
Além disso, conquista a maioria absoluta na Cantábria, depois de três anos de pacto entre socialistas e o Partido Regionalista da Cantábria.
Como já se esperava, o PP reforça as maiorias que já tinha na Comunidade de Madrid, em Castela e Leão, em La Rioja e Múrcia e ainda na Comunidade Valenciana, onde Francisco Camps renova com o melhor resultado de sempre do seu partido.
À margem das eleições regionais, importa destacar a histórica maioria absoluta conseguida pelo PP em Sevilha, a maior cidade da Andaluzia, que era até agora controlada pelos socialistas.
Depois do voto de hoje, o PP governa todas as capitais de província da Andaluzia, o que deixa antever problemas para as eleições regionais que se realizam em nove meses e onde os socialistas podem perder outro dos seus feudos históricos.
Outra das regiões onde importa analisar os resultados municipais é no País Basco, comunidade onde governam os socialistas (a nível regional) e que hoje só realizou eleições locais.
Os socialistas perderam quase 8 pontos de apoio, passando de segunda para terceira força política, atrás do Partido Nacionalista Basco (PNV) e da surpresa das eleições, a coligação basca Bildu, que obteve 25,45 por cento dos votos, mais do que os socialistas conseguiram há quatro anos.