O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, confessou ter ficado «altamente preocupado» com a intenção manifestada pela Rússia de voltar a enviar ajuda humanitária ao país vizinho.
Corpo do artigo
Após conversar telefonicamente, hoje, com o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, o chefe de Estado ucraniano exprimiu ainda «viva preocupação face à violação da fronteira ucraniana por veículos blindados russos».
Segundo Kiev, uma coluna de blindados russos terá cruzado a fronteira rumo à cidade costeira de Mariupol, onde terá entrado em confronto com as forças ucranianas, informação negada pelos separatistas do leste da Ucrânia.
A Rússia anunciou hoje que pretende enviar uma segunda coluna com ajuda humanitária para o leste da Ucrânia. O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, disse que informou o seu homólogo ucraniano sobre essa intenção, de forma a «concertar todas as condições» sobre a entrega da ajuda humanitária, incluindo a participação de agentes e guardas fronteiriços ucranianos.
«Estamos convencidos de que é preciso fazê-lo durante esta semana», frisou, argumentando que a situação humanitária provocada pelo conflito no leste da Ucrânia o exige. Lavrov sublinhou ainda que Moscovo não tolerará, «desta vez», quaisquer «adiamentos artificiais», como os que aconteceram durante o envio do primeiro comboio com ajuda humanitária.
Na semana passada, uma coluna de 262 camiões transportaram ajuda humanitária russa para território ucraniano, controlado pelos separatistas pró-Moscovo, no que foi considerada uma violação do direito internacional. O presidente russo, Vladimir Putin, explicou, na altura, que o incumprimento das formalidades ficou a dever-se aos obstáculos que Kiev colocou ao envio do auxílio humanitário.
Moscovo tem acusado Kiev de «crimes de guerra» no conflito que decorre há três meses nas regiões de Donetsk e Lugansk, no leste da Ucrânia, e que já provocou a morte de mais de 2.200 pessoas.
Putin e Poroshenko vão reunir-se na terça-feira, em Minsk (Bielorrússia), pela primeira vez desde o início do conflito, sob os auspícios da União Europeia.