O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, afirmou hoje a disponibilidade de Portugal para prestar «todo o apoio necessário e adequado» ao Governo cabo-verdiano para fazer face aos prejuízos causados pela erupção do vulcão na ilha do Fogo.
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«Na medida das nossas capacidades, não deixaremos de manter todo o apoio que for considerado necessário e adequado», disse o chefe do Governo português, na conferência de imprensa no final da III Cimeira Luso-Cabo-Verdiana, que decorreu esta manhã no Palácio das Necessidades, sede do Ministério dos Negócios Estrangeiros, em Lisboa.
Passos Coelho esclareceu que esse apoio não será feito através de «uma ajuda direta em termos orçamentais» a Cabo Verde, mas no âmbito da cooperação bilateral que já decorre há vários anos.
«Quero, antes de mais, agora de forma pública, transmitir solidariedade, minha e de todos os cidadãos portugueses, face ao flagelo provocado pela erupção na ilha do Fogo», declarou Passos Coelho.
Portugal disponibilizou desde logo, «num espírito de grande cooperação fraterna», uma fragata da Marinha portuguesa com equipamento de comunicações e de proteção civil, assim como algum apoio técnico da área da sismologia, recordou.
«Temos consciência de que haverá seguramente prejuízos importantes com impacto na ilha do Fogo e no arquipélago de Cabo Verde. Caberá a Cabo Verde verificar, no nosso programa de cooperação, se isso merecerá ou não alguma prioridade», acrescentou o primeiro-ministro.
Passos Coelho considerou no entanto que é prematuro discutir para já que tipo de apoio será necessário.
«A seu tempo, o Governo de Cabo Verde não deixará de proceder à avaliação dos estragos - espera-se que continuem a ser apenas estragos de natureza material -, e ver de que forma é que deverá responder a essa situação em termos de investimento. Só depois disso é que teremos ocasião para poder trocar impressões sobre, do ponto de vista bilateral, se a ajuda que Portugal poderá dar deve ser mais orientada nesse sentido ou não, conforme aquilo que respeitar às prioridades indicadas pelo Governo de Cabo Verde», mencionou.
Já o primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria Neves, declarou que a situação está ainda «em fase emergencial», que deverá manter-se nos próximos quatro a seis meses. Após o fim da erupção, será necessário um «programa abrangente» para a reconstrução da ilha do Fogo, o que será discutido com os «principais parceiros» de Cabo Verde «no quadro das linhas de cooperação já existentes».