Protesto contra proposta para centralizar fundos regionais também juntou eurodeputados portugueses em Bruxelas
O socialista André Rodrigues e o social-democrata Carlos Carvalho marcaram presença na manifestação. Ambos consideram que a proposta da Comissão “fere de morte a política de coesão”
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Dezenas de pessoas, incluindo eurodeputados e membros do Comité das Regiões, protestaram esta quarta-feira contra o Quadro Financeiro Plurianual da União Europeia (UE), que centraliza fundos regionais, em Bruxelas.
O protesto começou por volta das 13h45 locais (12h45, em Lisboa). Os manifestantes gritavam “Salvem as regiões” e levantavam cartazes com mensagens de condenação à proposta da Comissão Europeia.
No local esteve a líder do Comité das Regiões, Kata Tutto, tal como os portugueses Vasco Cordeiro, André Rodrigues e Carlos Carvalho.
“A proposta da Comissão Europeia fere de morte a política de coesão, que é uma política que foi responsável pela história do sucesso e da construção deste projeto comunitário. Portanto, nós não podemos fazer outra coisa se não estar contra a e rejeitar a tentativa de centralização de fundos”, defendeu o socialista André Rodrigues, em declarações aos jornalistas.
“É um ataque direto ao coração da UE, que é a política de coesão”, sublinhou, com a expectativa de que seja possível ainda que a Comissão Europeia “inverta o caminho”.
“Se assim for, estaremos em condições de reanalisar este processo. Mas se não for assim, se mantiver esta proposta, não terá outro remédio se não contar com o chumbo da maioria do Parlamento Europeu”, garantiu.
Também em declarações aos jornalistas, Carlos Carvalho classificou a proposta como “um claro retrocesso” e alertou: “Vamos acabar por aumentar as assimetrias, por aumentar aquilo que já são as diferenças entre territórios menos beneficiados, porque com toda a certeza que os fundo, que felizmente ao longo destes anos têm chegado a essas regiões, dificilmente vão irão chegar. Isso vai criar graves problemas a países como Portugal.”
A proposta apresentada pela Comissão, em julho de 2025, introduz uma alteração profunda: em vez de os programas regionais serem negociados diretamente entre Bruxelas e as autoridades locais, prevê-se um único plano nacional por Estado-membro, centralizando a decisão sobre os fundos nos governos nacionais.