Putin «é incondicionalmente o político com maior prestígio» na Rússia, admite Medvedev
Numa entrevista aos três principais canais da televisão russa, Dmitri Medvedev disse que a popularidade de Putin é maior que a sua, mas lembrou a escolha em eleições pertence ao povo.
Corpo do artigo
O presidente russo sugeriu, esta sexta-feira, que desistiu da candidatura às presidenciais de Março por entender que Vladimir Putin «é incondicionalmente o político com maior prestígio no nosso país».
Em entrevista aos três principais canais da televisão russa, Dmitri Medvedev disse ainda ser «agradável» para si «constatar que o actual presidente goza de um grau bastante alto de confiança e tem um bom rating eleitoral», contudo, admitiu que a «popularidade» de Putin é «um tanto maior».
«Porque é que ninguém fala disso? Na realidade, são coisas práticas, mas muito importantes que qualquer político deve ter em atenção se quiser trazer proveito ao seu país e não andar apenas a abrir caminho à cotovelada», acrescentou.
Contudo, Medvedev lembrou que a «escolha» numas eleições «é feita pelo povo», algo que não são «palavras ocas» e avisou que «qualquer político pode ser cuspido nas eleições», o que «já aconteceu várias vezes na história do nosso país e de outros Estados».
«As pessoas que votem em quem tem mais prestígio», adiantou Medvedev, que rejeitou a possibilidade de as eleições de 4 de Março estarem já decididas por ter desistido a favor do actual primeiro-ministro russo.
O presidente russo explicou ainda que «quando dizia que não excluía a possibilidade de se recandidatar não estava a enganar ninguém», dado que a «vida pode tomar o caminho mais imprevisível».
Apesar disto, Medvedev recordou que ele e Vladimir Putin representam a «mesma força política», o partido Rússia Unida». «Então, porque deveríamos estar a fazer concorrência um ou outro?», questionou-se.
Nesta entrevista, o presidente russo justificou ainda que a demissão do ministro das Finanças, Alexei Kudrin, não passou de um caso de «disciplina estatal», dado que o governo russo não está assente numa «república parlamentar, mas presidencial».
«Temos um governo do presidente que realiza a política do presidente. Quem não estiver de acordo, que se afaste. Trata-se de uma posição firme, inequívoca e continuarei a mantê-la», concluiu Dmitri Medvedev.