"Quanto tempo podemos esperar?" Embaixador diz que palestinianos estão com o Hamas
Em declarações à TSF, o chefe da Missão Diplomática da Palestina em Portugal condena a tomada de civis levados para a Faixa de Gaza, teme um novo banho de sangue, agora que Israel decretou o cerco total a Gaza e defende que "chegou a hora de o mundo dizer basta".
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Nabil Abuznaid "compreende bem" o ataque do Hamas em Israel. O embaixador que lidera a representação diplomática palestiniana em Portugal afirma que a situação era esperada, tendo em conta que os palestinianos "sofrem esta ocupação há muitos, muitos, muitos anos" e que "o mundo ignora este conflito". O diplomata lembra que "o conflito já tem 70 anos e a ocupação tem 50" e questiona: "quanto tempo é que os palestinianos podem esperar?".
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Questionado sobre se estas palavras querem dizer que o povo palestiniano está ao lado do Hamas, Nabil Abuznaid não hesita em responder afirmativamente. Sublinha que, na Palestina, "somos contra a morte de civis, contra a guerra e queremos a paz". Mas, "com um governo de direita que nos diz que não existimos (...), como consegue controlar as pessoas?".
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Agora que o ministério da Defesa de Israel ordenou "cerco total" a Gaza, o diplomata palestiniano teme um banho de sangue ainda maior. "Vai piorar. Milhares de palestinianos vão ser mortos. Eles vão usar todo o tipo de armas proibidas pelas leis internacionais".
Sobre a situação dos reféns levados para Gaza, o diplomata não tem quaisquer informações, mas condena a tomada de civis. "Não deviam ser feitos reféns, não deviam ser mortos. Nós acreditamos na lei internacional e tenho esperança que esse problema possa acabar depressa."
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Perante um conflito sem solução à vista, Nabil Abuznaid defende que chegou a hora de o mundo dar um murro na mesa: "Portugal e todos os países do mundo que acreditam na paz e nos direitos humanos devem dizer bem alto: vamos sentar-nos juntos (...) todos os conflitos no mundo estão a acabar. E este não pode prolongar-se para sempre."