"É imperativo proteger civis". Ajuda europeia à Palestina "continua enquanto houver necessidade"
O comissário para a Gestão de Crises sublinha que "a ajuda humanitária aos palestinianos vai continuar enquanto houver necessidade".
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O comissário europeu para a Ajuda Humanitária e Gestão de Crises, Janez Lenarcic afirmou na tarde desta segunda-feira que "a ajuda humanitária aos palestinianos mais necessitados vai continuar enquanto houver necessidade".
O comissário europeu diz "condenar veementemente o ataque terrorista do Hamas", mas entende que "é imperativo proteger os civis e respeitar a lei humanitária internacional". Por essa razão, a ajuda europeia destinada a projetos humanitários na Palestina "vai continuar" a ser entregue.
TSF\audio\2023\10\noticias\09\joao_francisco_guerreiro_apoios_palestina
While I most strongly condemn the terrorist atack by #Hamas, it is imperative to protect civilians and respect IHL.
- Janez Lenarčič (@JanezLenarcic) October 9, 2023
EU humanitarian aid to #Palestinians in need will continue as long as needed.
A clarificação do comissário para a Ajuda Humanitária e Gestão de Crises surge horas depois do anúncio do comissário europeu para a Política de Vizinhança e Alargamento, o húngaro Oliver Varhelyi, que na véspera da reunião em que os ministros dos negócios estrangeiros da União Europeia vão decidir como proceder em relação à palestina, anunciou o corte total e imediato de todos os pagamentos destinados aos palestinianos.
•All payments immediately suspended.
- Oliver Varhelyi (@OliverVarhelyi) October 9, 2023
•All projects put under review.
•All new budget proposals, incl. for 2023 postponed until further notice.
•Comprehensive assessment of the whole portfolio.
No entanto, a decisão unilateral, anunciada pelo comissário húngaro, não colhe apoio no conselho da União Europeia e está já a ser rejeitada por alguns governos.
Por exemplo, o Governo irlandês considera que "não há base legal" para apoiar uma decisão desta natureza e aguarda por clarificações da comissão europeia. Espanha também não concorda com o corte de verbas. E o ministro luxemburguês dos Negócios Estrangeiros ficou irritado com a decisão do corte dos apoios europeus para a palestina.
Numa altura em que se adensa a dúvida sobre o circuito do dinheiro, depois de sair do controlo europeu, Bruxelas tinha garantido, ao início da tarde, através da porta-voz da comissão Europeia para a política de vizinhança, Ana Pisonero afirma que Bruxelas tem forma de garantir que a verba não é canalizada para atividades terroristas.
"A União Europeia tem regras muito rigorosas para selecionar e examinar os beneficiários dos fundos europeus. E, como é óbvio, todos os beneficiários de financiamento da União Europeia são obrigados a garantir que esses fundos não são disponibilizados, direta ou indiretamente, a entidades, indivíduos ou grupos que tenham sido designados ao abrigo de medidas restritivas ou aos seus representantes", sublinha a porta-voz.
O assunto marcou a agenda da conferência de imprensa diária da Comissão Europeia, com os jornalistas a questionarem se a Bruxelas tem garantias de que as verbas europeias não poderão estar a ser canalizadas para a compra de armas pelo Hamas.
O principal porta-voz de Ursula von der leyen, a presidente da Comissão Europeia, Eric Mamer, garante que "a União Europeia não financia, de maneira nenhuma, o Hamas ou as suas atividades".
Notícia atualizada às 21h42