Pode não ser a cidade das "mil maravilhas", mas quase. É pelo menos essa a opinião de um português a viver em Munique há mais de duas décadas e meia. Os números não enganam: uma das mais baixas taxas de desemprego, e ordenados que podem ir dos 8 euros e meio....aos 220 à hora.
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Por dia chegam a Munique cerca de quatro centenas de refugiados. A maioria com a intenção de ficar. As razões são várias e simples de explicar: a segurança, a expectativa de um trabalho, de uma casa, de um futuro. As estatísticas mostram que a capital da Baviera regista umas das mais baixas taxas de desemprego do país. Os ordenados nunca ficam abaixo dos 8 euros e meio por hora e podem chegar aos 220 euros. Quem o diz é José Carlos Fonseca, português, nascido em Lisboa, a viver em Munique há 26 anos. Abriu o "Lisboa Bar" poucos meses depois de se instalar na cidade alemã. Agora tem 24 empregados de várias nacionalidades. Não se queixa. Sustenta que aqui, quem trabalha, tem resultados. Numa região que prima pelo rigor e pela exigência, quem foge às regras é penalizado, quem as respeita, beneficia.
Este português reconhece que o nível de vida em Munique é elevado, por isso é natural que muitos sonhem com estar aqui. E numa cidade onde poucos passam dificuldades, a disponibilidade para ajudar é maior. Por isso, José Carlos Fonseca sublinha que "os alemães estão a receber os refugiados de braços abertos".
"O milagre alemão" é um conjunto de reportagens que vai poder ouvir na TSF de segunda a sexta-feira, nos noticiários da manhã e, à tarde, depois das notícias das 18h. Um trabalho de Joana de Sousa Dias, como sonorização de Miguel Silva e edição vídeo de Ana António.