O Ministério queniano do Interior revelou hoje a identidade de um dos quatro homens armados que atacaram a universidade de Garissa. Neste domingo de Páscoa, a segurança foi reforçada nas igrejas do Quénia.
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De acordo com um porta-voz do Ministério do Interior, um dos terroristas era filho de um oficial do governo que tinha dado pelo desaparecimento do filho e estava a tentar ajudar a polícia a localizá-lo quando se deu o ataque na Universidade de Garissa.
O atentado foi reivindicado pelo grupo islâmico somali Al-Shabab, que ameaçou no sábado fazer novos ataques no Quénia se o Governo não retirar as tropas que tem destacadas na Somália. O ataque à universidade de Garissa, localidade do leste queniano, a cerca de 150 quilómetros da fronteira com a Somália, provocou 148 mortos.
Neste domingo, a segurança foi reforçada nas igrejas do Quénia. Os padres dizem estar preocupados, em particular neste período de Páscoa. Na capital, Nairobi, a segurança foi também reforçada em centros comerciais e edifícios públicos.
Este domingo, a imprensa queniana critica a demora das forças especiais do país a responder a ataque. Segundo a imprensa, o alerta sobre o ataque foi dado à unidade de elite da Recce Company de Nairobi, uma brigada paramilitar especial, cerca das 05:30 de quinta-feira (02:30 GMT), mas a principal equipa militar chegou ao local, situado a 365 quilómetros de Nairobi, apenas a partir das 14:00 horas (11:00 GMT), de acordo com o maior jornal diário do Quénia, o The Nation.
Os soldados quenianos só conseguiram entrar nos dormitórios onde estavam os atacantes cerca das 17:00 horas. «Trata-se de uma negligência que roça o ato criminoso», afirma o editorial do The Nation, lembrando que «os homens armados que mataram dezenas de estudantes, com prazer evidente, tiveram todo o tempo».
O outro grande diário, o The Standard publica uma caricatura onde se vê uma serpente que representa "a ameaça terrorista" a morder um responsável pela segurança, enquanto um cachorro "ladra" «demasiado pouco, demasiado tarde».