As autoridades sérvias estão a reforçar a segurança, em especial na capital, já que está prevista para este domingo uma manifestação de ultranacionalistas contra a detenção de Mladic.
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Os manifestantes acusam o presidente sérvio de traição ao deter Ratko Mladic, o criminoso de guerra mais procurado pela justiça internacional que é acusado de genocídio e de crimes de guerra.
O ex-chefe militar dos sérvios bósnios foi detido quinta-feira, após 16 anos de fuga, mas só este domingo foram divulgados mais pormenores da detenção.
Ratko Mladic foi encontrado numa divisão pequena utilizada para usar ferramentas agrícolas, que estavam espalhadas pelo chão.
O antigo líder sérvio tinha duas pistolas, mas não lhes mexeu quando a policia abriu a porta e nem faz qualquer movimento de resistência, segundo o ministro Rasim Ljajic, responsável pela perseguição aos suspeitos de crimes de guerra.
Este responsável não revelou quem deu informações sobre o paradeiro de Mladic, mas confessou que depois de 16 anos de tentativas falhadas ficou surpreendido com a detenção.
Depois da detenção, Mladic entregou o Bilhete de Identidade verdadeiro, mas caducado, depois de 16 anos de fuga.
À CNN, o ministro sérvio desabafou que muitos já não acreditavam que o antigo líder sérvio fosse encontrado e que, por isso, os esforços das autoridades servias estavam a ser desacreditados e até mesmo ridicularizados.
Entretanto, o presidente interino do tribunal Penal Internacional para a ex-jugoslávia (TPI), em Haia, admitiu que a extradição pode acontecer o mais tardar até terça-feira.
Ratko Mladic, 69 anos, apelidado também de "Carniceiro dos Balcãs" durante as guerras na ex-Jugoslávia, está a ser julgado por ser responsável pelo maior massacre na Europa desde o fim da Segunda Guerra Mundial, que ocorreu em Srebrenica (leste da Bósnia) em 1995.
Entre 7000 e 8000 homens e adolescentes muçulmanos foram executados na Bósnia poucos dias depois de as forças de Ratko Mladic tomarem a cidade de Srebrenica