A televisão estatal síria avançou que o regime de Bashar al-Assad autorizou hoje os inspetores das Nações Unidas a investigar o ataque com armas químicas na quarta-feira.
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De acordo com um comunicado do ministério sírio dos Negócios Estrangeiros, divulgado pela televisão do Estado, foi dada a autorização aos inspetores das Nações Unidas para investigarem «imediatamente» as alegações do uso de armas químicas perto de Damasco, na quarta-feira.
«Um acordo foi hoje alcançado em Damasco entre o Governo sírio e as Nações Unidas, durante a visita da alta representante da ONU para as questões do desarmamento, Angela Kane, para permitir à equipa das Nações Unidas, dirigida pelo professor Aake Sellström, de realizar um inquérito sobre as alegações do uso de armas químicas na província de Damasco», indica o comunicado.
Entretanto, a ONU já confirmou este acordo e anunciou que vai iniciar a investigação já na segunda-feira. O governo sírio comprometeu-se também com um cessar-fogo nos locais que vão ser visitados pelos inspetores internacionais.
Os Estados Unidos disseram hoje haver poucas dúvidas de que foram utilizadas armas químicas na Síria e assinalaram que a aceitação por parte do regime de Damasco de inspeções das Nações Unidas chega demasiado tarde.
Na quarta-feira, uma ofensiva do exército sírio em Ghouta oriental , na periferia de Damasco, terá provocado pelo menos 1300 mortos devido ao uso de gás sarin, segundo a oposição.
Fotografias da agência Reuters e vídeos divulgados por ativistas mostram dezenas de mortos, incluindo muitas crianças, assim como médicos a tentarem ajudar vítimas com problemas respiratórios.
Ontem, a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) revelou que três hospitais sírios receberam cerca de 3.600 pacientes com sintomas «neurotóxicos», dos quais faleceram 355 pessoas.