Os planos detalhados pelo próprio levaram até a uma interrupção da sessão desta quinta-feira. Sem demonstrar qualquer arrependimento, foi com frieza que anders Breivik descreveu cada um dos passos que tinha pensado para o massacre de julho do ano passado.
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O depoimento de Breivik sobre os preparativos dos ataques terroristas, a explosão junto à sede do Governo e a chacina na ilha de Utoya chocaram a imprensa, o público e os sobreviventes.
Até mesmo os dois procuradores públicos ficaram de tal modo chocados com as declarações de Breivik, que pediram à juíza para fazer um intervalo extra, numa altura em que quase todos na sala de audiência, desde advogados de defesa, a jornalistas, testemunhas e assistência, estavam a chorar.
Com a sala de audiência incrédula, Breivik de forma metódica e sem quaisquer sinais de emoção ou arrependimento explicou o estado de espírito e a motivação para os ataques. A bomba em Oslo visava desmoronar o edifício sede do primeiro-ministro e matar todo o governo.
Sobre o ataque à ilha de Utoya, Breivik explicou que planeava matar ou provocar o afogamento de todos os 462 jovens presentes na ilha para além da antiga primeira-ministra, que ele próprio pretendia degolar.
Muitas das declarações de Breivik são de tal forma aberrantes e macabras que não dão para descrever. Vários juristas noruegueses de renome e peritos em Direito dizem que aquilo a que se assistiu esta quinta-feira foi provavelmente um episódio sem paralelo na história judicial do país.