Responsáveis por massacres na Síria devem enfrentar justiça internacional, diz ONU
O Alto-comissariado da ONU para os Direitos do Homem recebeu da Comissão Internacional de Inquérito Independente para a Síria uma lista com os nomes dos acusados de responsabilidades no conflito que se arrasta neste país há um ano.
Corpo do artigo
O Alto-comissariado da ONU para os Direitos do Homem pretende que os responsáveis pelos massacres na Síria enfrentem a justiça internacional num conflito onde já morreram 7500 pessoas, 500 das quais crianças.
No dia em que passa um ano sobre o início da revolta contra o regime de Bashar al-Assad, a Comissão Internacional de Inquérito Independente para a Síria entregou a este alto-comissariado um envelope fechado com os nomes dos acusados de responsabilidades neste conflito.
«Escrevemos como essas práticas foram realizadas. Localizamos isso em algumas partes do país e, como não somos um órgão de investigação criminal, decidimos depositar junto do alto-comissário uma lista de nomes e unidades militares das forças de segurança», explicou o relator desta comissão.
O sociólogo brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro acrescentou que o objetivo desta ação é «no futuro, por decisão do povo da Síria ou por colaboração de outras instituições internacionais, venha a ocorrer um inquérito criminal sobre estas responsabilidades».
Além dos nomes ligados ao regime de Bashar al-Assad, esta lista também contém nomes de responsáveis de atrocidades ligados aos grupos armados anti-governo, informação que foi obtida de forma indireta, já que esta comissão não pôde entrar na Síria.
Paulo Sérgio Pinheiro deu ainda conta de uma «repressão muito severa, brutal por parte do governo» depois de três meses de acalmia, tendo-se assistido desde então a uma «escalada, que chegou ao absurdo dos bombardeamentos em Homs».
O relatório desta comissão mostra ainda que mais de 70 mil pessoas fugiram a este conflito e que milhares de refugiados têm afluído aos países viznhos da Síria, incluindo a Turquia.
O governo de Ancara, que tem recebido cada vez mais refugiados do conflito sírio, não defende uma solução militar para a Síria, propondo a criação de uma zona de segurança dentro do país para receber refugiados.