Rússia anuncia corredor humanitário para retirar civis de fábrica em Severodonetsk
Há mais de 500 pessoas refugiadas no complexo Azot, local de fabrico de produtos químicos.
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A Rússia anunciou a abertura, nesta quarta-feira, de um corredor humanitário para a retirada de civis da fábrica de produtos químicos Azot, em Severodonetsk, para uma localidade sob controlo russo.
"Será aberto um corredor humanitário em direção ao norte (para a cidade de Svatove) em 15 de junho" das 08h00, horário local (06h00 em Lisboa), às 20h00 (18h00 em Lisboa), declarou o Ministério da Defesa russo num comunicado à imprensa.
"A retirada segura de todos os civis, sem exceção, (...) está garantida", referiu o ministério russo.
No comunicado, o Ministério da Defesa russo pediu às forças ucranianas que levantem uma bandeira branca para sinalizar que aceitam esta proposta, pedindo-lhes que ponham fim à sua "absurda resistência" em Azot.
Cidade estratégica no leste da Ucrânia, Severodonetsk tem sido palco de confrontos violentos há várias semanas entre o Exército ucraniano e as forças de Moscovo, bem como os seus aliados separatistas pró-russos.
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De acordo com as autoridades ucranianas locais, mais de 500 pessoas estão refugiadas na grande fábrica de produtos químicos Azot em Severodonetsk, que dizem ser constantemente bombardeada.
As autoridades ucranianas indicaram que abastecer o local se tornou difícil, mas que existem algumas reservas na fábrica.
Esta situação lembra, em menor escala, a que existia no grande complexo metalúrgico Azovstal, em Mariupol, cidade portuária no sudeste do país, que caiu nas mãos dos russos em maio, após várias semanas de cerco.
Centenas de civis refugiaram-se em galerias subterrâneas da Azovstal, tal como combatentes ucranianos, em condições extremamente difíceis, com constantes bombardeamentos russos.
A Rússia já anunciou a abertura de vários corredores humanitários para retirar civis, mas vários acordos fracassaram, com Moscovo e Kiev a acusarem-se mutuamente de os terem violado.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia, que já matou mais de 4.300 civis e obrigou à fuga para o estrangeiro mais de 7,2 milhões pessoas, segundo dados da ONU, que sublinha que os números reais podem ser muito superiores.