A câmara alta do parlamento russo ratificou hoje por unanimidade o acordo que anexa a Crimeia e Sebastopol à Rússia. Sobre as novas sanções da União Europeia anunciadas ontem, o Kremlin desvaloriza e Vladimir Putin até encara a situação com ironia.
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O ministro dos Negócios Estrangeiros reagiu às novas sanções ontem aprovadas pela União Europeia (UE) desvalorizando-as.
Os 28 decidiram na quinta-feira alargar o grupo de cidadãos russos que são alvo de sanções e suspenderem as relações políticas da UE e dos Estados-membros com Moscovo.
Serguei Lavrov, responsável pela diplomacia russa, diz que estas são medidas que quase não terão efeitos práticos, apenas vão contribuir para criar barreiras artificiais no relacionamento com o Ocidente.
Tambem Vladimir Putin reagiu e com ironia às notícias de Bruxelas, dizendo que vai abrir uma conta num banco russo que é um dos alvos das sanções dos 28.
Entretanto, a câmara alta do parlamento russo ratificou hoje por unanimidade o acordo que anexa a Crimeia e Sebastopol à Rússia, um dia depois de decisão idêntica na Duma, a câmara baixa.
Os 155 senadores do Conselho da Federação (senado) presentes votaram a favor do acordo de adesão assinado na terça-feira pelo Presidente russo, Vladimir Putin, e pelos líderes da Crimeia e Sebastopol.
Com a aprovação pelo Senado, o processo parlamentar para incorporar a península ucraniana da Crimeia e o porto de Sebastopol na Federação Russa fica completo, e fica apenas a faltar a promulgação das leis correspondentes pelo Presidente.
Existe mesmo a possibilidade de Putin cumprir esse requisito ainda hoje, já que o ministro dos Assuntos Exteriores, Serguei Lavrov, disse na quinta-feira que a incorporação da Crimeia e do porto de Sebastopol na Federação Russa ficaria juridicamente formalizada esta semana.
Antes da votação hoje no senado, Lavrov dirigiu-se aos legisladores para sublinhar que o termo «anexação» da Crimeia à Rússia é ofensivo para os habitantes da península.
«Quando se utilizam termos como anexação, considero que se ofende os cidadãos da Crimeia e o seu direito a expressar a sua vontade», disse Lavrov.
O ministro deu por encerrada a discussão sobre a pertença da Crimeia à Federação Russa quando disse que o estreito de Kerch, que separa a península do território continental russo, já não é objeto de negociações com a Ucrânia sobre a delimitação das águas territoriais no Mar Negro e no Mar de Azov. «Definitivamente, o estreito de Kerch já não pode ser sujeito de negociações», disse Lavrov.