O presidente russo Vladimir Putin pediu hoje à câmara alta do parlamento para aprovar o envio de forças armadas para a região da Crimeia, na Ucrânia. O pedido foi aprovado.
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«Devido à situação extraordinária na Ucrânia, a ameaça à vida de cidadãos da Federação Russa, nossos compatriotas, e ao pessoal das Forças Armadas da Federação Russa em território ucraniano (na República Autónoma da Crimeia), submeto uma proposta sobre o uso de forças armadas no território da Ucrânia até à normalização da situação socio-política desse país», lê-se na declaração de Vladimir Putin, revelada pelo Kremlin.
A autorização do parlamento russo para o envio de tropas foi dada há instantes. Tudo acontece depois de, esta manhã, a Duma, a câmara baixa do Parlamento russo, ter aprovado uma moção onde apelava a Putin para que agisse para garantir «estabilidade da Crimeia e usar todos os meios disponíveis para proteger o povo da Crimeia da tirania e da violência».
A Rússia já tem militares no local. O primeiro-ministro pró-russo da Crimeia, Sergei Aksionov, disse que as forças russas estão a guardar alguns edifícios públicos na Crimeia. Sergiy Aksionov já tinha apelado ao presidente da Rússia para ajudar a restaurar «a paz e a calma» na Crimeia.
Logo depois da declaração de Vladimir Putin, o Presidente interino da Ucrânia convocou uma reunião de emergência de chefes de segurança.
Oleksandr Turchinov já tinha dito hoje que não reconhece qualquer autoridade ao novo primeiro-ministro da República Autónoma da Crimeia, considerando que a sua nomeação violou as leis do país. Por seu lado, o chefe da Defesa da Ucrânia acusou hoje a Rússia de ter enviado 6.000 soldados e 30 veículos blindados para a Crimeia, numa operação sem aviso ou permissão de Kiev.
Aksionov foi eleito, na quinta-feira, primeiro-ministro do Governo da Crimeira, num parlamento fechado e controlado por um comando armado pró-Rússia.
A Crimeia era considerada pela União Soviética como parte da Rússia, mas foi anexada à Ucrânia em 1954 e continua a albergar a frota naval russa do Mar Negro na cidade portuária de Sebastopol.