A TSF acompanha voto do candidato de ultradireita, na Universidad Tecnológica Nacional, em Almagro, Buenos Aires, num clima de jogo de futebol. Minutos antes, votou, com mais discrição, o peronista Sergio Massa.
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Milhares de populares, centenas de jornalistas e dezenas de viaturas da polícia acorreram à Universidad Tecnológica Nacional, no bairro portenho de Almagro, para acompanhar o momento do voto de Javier Milei, candidato de ultradireita da coligação La Libertad Avanza, às eleições presidenciais argentinas.
Figura de culto para os seus apoiantes, Milei foi recebido como uma equipa de futebol. "Se ve, se siente, Milei es presidente", gritaram em uníssono os partidários do anarcocapitalista que quer implodir o Banco Central e dolarizar a economia do país.
"Tiene miedo, la casta tiene miedo, la casta tiene miedo", continuou a multidão, que fez a habitualmente sossegada aos domingos Avenida Medrano parecer uma Bombonera, casa do Boca Juniors, ou um Monumental, recinto do River Plate, enquanto o candidato sorria e lançava o punho fechado ao ar.
"Estamos muito tranquilos, fizemos todo o esforço que podíamos fazer, tudo o que havia que ser feito, nós fizemos, agora que falem as urnas, o momento é delas", disse Milei, segundo mais votado na primeira volta, há um mês, com 30% dos votos, ao lado de Karina Milei, a irmã a quem o candidato chama de "chefe".
"Nós estamos muito satisfeitos, trabalhamos muto para enfrentar uma campanha de medo, uma campanha suja contra nós", finalizou, antes de voltar para o Hotel Libertador, o bunker dos "mileistas" por estes dias.
Muito mais discreto, mas mesmo assim atraindo enorme atenção popular e mediática, Sergio Massa, o candidato da Unión Por La Patria, de centro-esquerda, votou em Tigre, a região de Buenos Aires onde mora e onde exerceu funções autárquicas.
"Votei acompanhado da minha família, com muito amor pela Argentina e com o orgulho de estar a ajudar a fortalecer a democracia, temos uma enorme oportunidade de construir um futuro melhor para os nossos filhos, peço a todos que votem com esperança", afirmou o atual ministro da Economia.
Merecedor de 37% dos votos na primeira volta, apesar da crise económica do governo do qual participou, prometeu que, vencendo, "vem aí a Argentina da unidade nacional".
Ao longo da manhã, a imprensa local acompanhou ainda a votação do presidente e da vice-presidente cessantes, Alberto Fernández e Cristina Kirchner, ambos apoiantes de Massa, e de Maurício Macri, antecessor de Fernández e apoiante de Milei.
A primeira protagonista a votar, entretanto, foi Lilia Lemoine, deputada do Partido Libertário, maquilhadora, influencer, cosplayer e consultora de imagem de Milei, logo às 8h00. Momentos antes das urnas abrirem, disse à imprensa que acordou mais cedo para se oferecer como fiscal eleitoral, dando seguimento às queixas de eventual fraude feitas pela candidatura do La Libertad Avanza nas vésperas do sufrágio.
Entretanto, mais de 86 mil efetivos das forças armadas foram destacados para cuidar das 106.160 mesas de votação em 16.888 escolas e outros lugares nesta segunda volta eleitoral.