Presidente norte-americano agradeceu o sacrifício dos funcionários governamentais que, durante semanas, não receberam qualquer remuneração.
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"É com muito orgulho que anuncio que chegámos a um acordo para acabar com o shutdown e reabrir o Governo federal." As palavras de Trump mereceram aplausos imediatos de quem, à porta da Casa Branca, ouvia a declaração do presidente norte-americano. Até 15 de fevereiro - ou seja, nas próximas três semanas - a paralisação parcial do governo vai ser suspensa.
"Como todos sabem, tinha ao meu dispor uma alternativa muito poderosa, mas não quis utilizá-la neste momento. Espero que nunca seja necessária. Quero agradecer a todos os funcionários federais - e às suas incríveis famílias - que mostraram uma dedicação extraordinária face a estas recentes dificuldades. Vocês são pessoas fantásticas, são patriotas incríveis e muitos de vocês sofreram muito mais do que aquilo que as vossas pessoas sabem ou entendem. E vocês não só não se queixaram como, em muitos casos, encorajaram-me a continuar porque se dedicam tanto a este país e se importam com a sua segurança fronteiriça. Agradeço-vos uma vez mais", declarou Donald Trump, referindo-se ao período de 35 dias shutdown em que grande parte dos 800 mil funcionários do Governo norte-americano ficaram sem salário.
Foi no momento seguinte que se percebeu, no entanto, que a solução para o shutdown não seria permanente. "Daqui a pouco, vou assinar um decreto para abrir o Governo durante três semanas, até ao dia 15 de fevereiro. Vou certificar-me de que todos os funcionários recebem, muito rapidamente - ou assim que possível -, o que lhes é devido."
Trump dirigiu-se, de seguida, ao líder da maioria no Senado, Mitch McConnell para que formalizasse de imediato a proposta e a mesma possa ser votada. "Foram 36 dias de debate e diálogo corajosos. Vi e ouvi - da boca de suficientes republicanos e democratas -, que estão dispostos a colocar o partidarismo de lado. Acho eu", revelou o presidente norte-americano. "Acredito que o façam."
O presidente dos EUA acredita que os senadores já perceberam que "colocar a segurança dos americanos em primeiro lugar" passa pela colocação de "barreiras, vedações, muros ou o que lhe quiserem chamar". É com ambos os lados da barricada política norte-americana - democratas e republicanos - que Trump quer trabalhar para alcançar um acordo sobre as medidas a tomar para garantir a segurança nacional.
Uma coisa Trump deixou clara: "os Estados Unidos não precisam de 3 mil quilómetros de muro, de uma costa à outra".
Para já, o acordo é uma vitória dos Democratas, liderados pela presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, que se tem oposto frontalmente a financiar a barreira. A 15 de fevereiro tudo pode mudar: Trump ameaçou fechar o governo novamente, uma vez que é nessa data que acaba o financiamento temporário dos serviços federais acordado.
"Não temos outra escolha que não seja construir um muro forte ou uma barreira de aço. Se não chegarmos a acordo com o Congresso, ou o governo volta a fechar a 15 de fevereiro, ou vou utilizar os poderes que me são conferidos para responder a esta emergência", avisou.
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