O Presidente francês descartou a possibilidade de veto por parte da Rússia. No terreno, a Cruz Vermelha alerta que a retirada de Alepo pode demorar vários dias.
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"A Rússia vetou várias vezes resoluções políticas" sobre a Síria "mas uma resolução cuja finalidade é humanitária. O que queremos é salvar a população (...). Nem sequer imagino que possa fazê-lo", disse François Hollande, em Bruxelas, no final da cimeira dos líderes da União Europeia.
Os líderes da União Europeia pediram a abertura de corredores humanitário para permitir a retirada dos civis de Alepo e acesso de ajuda humanitária total e sem restrições.
François Hollande sublinhou que a União Europeia "por agora" não decretou sanções contra a Rússia, por causa do seu apoio ao regime de Damasco, mas "poderá fazê-lo nas próximas semanas se ficar demonstrado que houve violação dos direitos humanos na Síria".
"Não devemos deixar que um ditador atue daquela maneira e com o apoio de países que só têm um interesse, a sua influência. Não devemos deixar que um ditador massacre a sua população", destacou François Hollande.
Retirada de Alepo pode demorar vários dias
É um alerta da Cruz Vermelha. A operação para retirar cerca de 50 mil civis e rebeldes da zona leste de Alepo pode demorar vários dias.
A sexta coluna de autocarros com pessoas retiradas de Alepo está a caminho. As autoridades turcas dizem que perto oito mil civis já saíram da cidade e estão a ser encaminhadas para a província de Idlib, no noroeste do país.
As organizações humanitárias no terreno alertam para a falta de condições médicas para receber pessoas com problemas de saúde e muito enfraquecidas depois de meses de cerco em Alepo. Falta comida, abrigos e medicamentos.
As organizações lembram ainda que esta zona tem sido atingida por bombardeamentos e por isso aqueles que foram retirados continuam em risco. O Crescente Vermelho está a preparar um campo de refugiados em Idlib com capacidade para receber 80 mil pessoas.