O ultimato lançado na quinta-feira pela Liga Árabe, que deu à Síria menos de 24 horas para aceitar o envio de observadores, constitui uma «última e nova oportunidade» para o regime sírio, declarou o chefe da diplomacia turca.
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«Há uma última e nova possibilidade para a Síria», indicou Ahmet Davutoglu, em Istambul, durante uma conferência de imprensa comum com o seu homólogo jordano, Nasser Judeh, desafiando a administração síria a aproveitar a oportunidade.
Davutoglu pediu a Damasco para comunicar a sua decisão durante esta sexta-feira para travar o derramamento de sangue na Síria, antigo aliado económico e político da Turquia.
«Pensamos que é necessário acabar com o sofrimento do povo sírio (...) e com o derramamento de sangue», acrescentou Davutoglu.
Reunidos ao Cairo, os ministros árabes dos Negócios Estrangeiros convidaram Damasco, cuja participação nas reuniões da Liga árabe foi suspensa a 12 de Novembro, a assinar o seu plano que prevê o envio de observadores para o Cairo, sob pena de sanções.
O ministro jordano também manifestou esperança de que a Síria aceite o ultimato da liga árabe e assine o acordo sobre o envio de observadores.
«Espero que a Síria assine este acordo», disse o ministro Nasser Judeh, acrescentando que esse era «o desejo colectivo do mundo árabe».
Desde o início das manifestações contra o regime do presidente Bachar Al-Assad em Março, a repressão fez mais de 3500 mortes, segundo a ONU.
Apesar das críticas ao regime sírio, a Turquia não considera oportuna uma intervenção militar estrangeira na Síria e exclui qualquer participação turca em tal operação, declarou quinta-feira o vice-primeiro-ministro turco, Bülent Arinç.
«Opomo-nos absolutamente a qualquer intervenção na Síria e rejeitamos qualquer operação que implicasse a Turquia contra esse país», disse, citado pela cadeia de informação CNN-Türk.