Os chefes de diplomacia da União Europeia reúnem-se na segunda-feira, em Bruxelas, num encontro dominado pelas divergências sobre o embargo em curso à Síria e ao fornecimento de armas aos rebeldes.
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O Conselho de Negócios Estrangeiros, no qual vai participar o ministro Paulo Portas, deverá tomar uma decisão sobre a questão, já que a reunião ministerial tem lugar a poucos dias da expiração o atual pacote de sanções à Síria, renovado em fevereiro último por três meses e que expira à meia-noite de 31 de maio, ou seja, na próxima sexta-feira, sendo assim urgente uma decisão dos 27 sobre a renovação das sanções.
Segundo fontes diplomáticas, e atendendo a que todo o pacote de sanções cai se não houver um acordo unânime ao nível da União Europeia (UE) quanto aos moldes da sua renovação, o objetivo é alcançar um «acordo político» no Conselho de segunda-feira, a ser formalizado durante a semana.
No entanto, à partida para a reunião as posições parecem ainda muito distantes, com um grupo de países, encabeçado por Reino Unido (apoiado pela França), a defender há meses um levantamento parcial do embargo de armas, de modo a armar a oposição síria.
Um outro grupo, liderado pela Áustria, opõe-se veementemente a tal medida, por considerar que é contraproducente; e um terceiro grupo, extenso, liderado pela Alemanha e no qual se encontra Portugal, favorável a uma solução de consenso cautelosa, também por receio de que as armas "caiam" nas mãos erradas e pelas eventuais consequências políticas.
Em cima da mesa estão várias fórmulas para um possível entendimento, sendo preocupação da UE não ser acusada pelo resto da comunidade internacional de estar, de alguma forma, a comprometer a via política e diplomática para a tentativa da resolução do conflito na Síria, em vésperas da conferência de Genebra, ao entrar em cena com a entrega de armas aos rebeldes, o que poderia provocar uma escalada do armamento também ao regime de Assad por outros países.
De acordo com fontes diplomáticas, um compromisso a 27 poderá passar por uma flexibilização do embargo de armas - com garantias sobre quem beneficiará efetivamente do armamento - e com um calendário, de modo a esperar pelos resultados da conferência de Genebra, que deverá juntar o regime e a oposição síria, durante o mês de junho.