Jens Stoltenberg diz-se convicto de que "a Suécia vai tornar-se um membro" da Aliança Atlântica.
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O secretário-geral da Aliança Atlântica, Jens Stoltenberg garantiu, na tarde desta terça-feira, que a Suécia "não foi deixada sozinha" e que espera que, "muito em breve", o país venha a fazer parte da NATO, rejeitando que haja um "impasse" nas negociações.
Stoltenberg falava no final do primeiro de dois dias de reuniões de ministros dos Negócios Estrangeiros dos países membros da NATO, que agora contam com a Finlândia entre os aliados.
A oficialização do momento formal em que a Finlândia passa a estar representada na Aliança foi, aliás, o momento alto do encontro, num "dia histórico", como o classificou o secretário-geral da NATO, lembrando que este também é o dia em que se assinala o 74.º aniversário da assinatura, em 1949, do Tratado de Washington, que deu origem à Aliança Atlântica.
A Finlândia e a Suécia formalizaram os pedidos de adesão há menos de um ano, em maio de 2022. Mas o processo relativamente à entrada da Suécia tem andado mais lentamente, com as negociações com a Turquia a arrastarem-se por divergências, sobre os processos de extradição de curdos próximos do PKK.
Jens Stoltenberg espera que os entraves sejam levantados, mas rejeita que as negociações estejam bloqueadas, e afirma que "não há nenhum impasse".
"Havia um impasse, mas conseguimos que fosse levantado", garante Stoltenberg, admitindo que "durante algumas semanas ou meses, não houve reuniões, não houve contacto".
"Porém, após uma reunião que tive com o Presidente Erdogan, na verdade, há algumas semanas, concordámos em reiniciar esse processo", sublinhou, referindo-se a "uma reunião aqui na sede da NATO, com a Finlândia, Suécia e Turquia". Stoltenberg garante que "há consultas constantes" entre as partes e até um acordo para "nos reunirmos de novo"
"Falei recentemente com o Presidente Erdogan e continuamos a trabalhar a diferentes níveis para fazer progressos, também, sobre a adesão da Suécia", assegurou, convicto de que "a Suécia vai tornar-se um membro".
"Estamos a trabalhar arduamente para assegurar que isso aconteça o mais depressa possível", afirmou, considerando que "o importante é lembrar que a Suécia não foi deixada sozinha e os aliados estão atentos à Suécia".
Uma fonte conhecedora das negociações, ouvida em Bruxelas pela TSF, reconhece que o processo apresenta atritos "difíceis de resolver", porém acredita que as questões "serão ultrapassadas". No entanto, será preciso contrabalançar o papel "importante" do YPG, membros armados próximo do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), na luta contra o Estado Islâmico (DAESH) na Síria, com os "legítimos" receios da Turquia, sobre ataques no seu próprio território.
O PKK é um partido ilegalizado na Turquia e considerado como organização terrorista, incluindo pela União Europeia, por ataques realizados em solo turco. Por outro lado, "o YPG ajudou a combater o DAESH, a organização que levou a cabo ataques terroristas em solo europeu", destacou a mesma fonte, admitindo que o dossier é difícil de gerir, embora acredite que "será resolvido".
O secretário-geral da NATO admite que "as preocupações de Ancara" em matéria de segurança "são legítimas", mas espera que o diferendo seja ultrapassado o mais rapidamente possível, para a entrada de um novo membro na aliança, admitindo que tal possa vir a acontecer antes da cimeira de Vílnius, que está marcada para Julho.