O presidente da Comissão Europeia defendeu, numa entrevista à agência Reuters, que a Suiça tem mais a perder do que a União Europeia com a limitação à entrada de imigrantes no país.
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Nesta entrevista, gravada ontem em Bruxelas, Durão Barroso entende que não há dúvidas sobre quem perde mais. Se a Suiça voltar as costas à União Europeia (UE) , é a Suiça que tem mais a perder.
O presidente da Comissão Europeia não fala claramente de sanções, antes de consequências do referendo suiço que deu uma ligeira vitória aos que defendem a imposição de quotas de imigração.
E as consequência serão sentidas tanto ao nível da livre circulação de capitais e mercadorias, que hoje em dia é facilitada, entre a Suiça e a a UE, como ainda da perda de capacidade dos cidadãos suiços de trabalharem e viverem livremente nos países europeus.
Durão Barroso lembra a facilidade dos suiços em residirem e trabalharem nos vizinhos Alemanha, Itália e França.
A palavra reciprocidade aparece naturalmente nas explicações de Barroso porque os suiços, defende, não podem esperar continuar a ter aquilo que querem retirar aos outros.
Barroso afirma que é mais importante para a Suiça ter acesso a um mercado grande, como é o caso do mercado dos 28 países europeus, do que a União Europeia ter acesso a um mercado muito reduzido como é o suiço.
Contas feitas, lembra Barroso, um quinto da economia suiça depende da Europa. Um milhão de residentes na Suiça são cidadãos da UE e meio milhão de suiços vivem e trabalham nos países da UE.
Na entrevista, o próprio presidente da Comissão Europeia lembra que viveu seis anos na Suiça como investigador de pós- doutoramento.