Noite de "rara violência" em França: ministro anuncia 667 detidos e 249 polícias feridos
Em Paris, a maioria dos detidos tem idades entre os 14 e 18 anos. Manifestantes incendiaram dezenas de viaturas, edifícios públicos, uma biblioteca e invadiram uma esquadra. Macron convoca nova reunião do gabinete de crise.
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Pelo menos 677 pessoas foram detidas em França, na quinta-feira, durante protestos realizados na sequência da morte de um jovem de 17 anos pela polícia, de acordo com dados do Ministério do Interior francês. A maior parte das detenções ocorreram na região de Paris, tendo a maioria dos detidos idades entre os 14 e os 18 anos.
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"Estas detenções recorde refletem as instruções firmes dadas pelo ministro", declarou uma fonte próxima do responsável pela pasta do Interior, Gérald Darmanin, ao jornal Le Figaro. Ao início da manhã, o ministro confirmou que a noite foi de "rara violência" contra os agentes da polícia e bombeiros.
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O ministério do Interior acrescentou ainda que 249 polícias sofreram ferimentos na sequência dos tumultos.
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O presidente francês, Emmanuel Macron, convocou para as 13h00 [12h00, em Lisboa], uma nova reunião do gabinete de crise interministerial. Fontes do sistema de informações, citadas pela imprensa local, temem uma nova onda de violência para os próximos dias face à aproximação do fim do semana.
Com o rasto de destruição, a rede de transportes rodoviária está esta sexta-feira condicionada em várias regiões da capital francesa.
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Milhares de pessoas protestaram, na quinta-feira, em Nanterre, contra a morte do jovem de 17 anos Nahel, no mesmo dia em que o Governo francês anunciou o envio de 40 mil polícias para conter a violência no país.
A morte do jovem Nahel de 17 anos, num controlo de trânsito na terça-feira, captado pelas câmaras de vigilância, fez regressar a tensão entre jovens e a polícia nos bairros sociais em Nanterre, arredores de Paris, e noutros bairros desfavorecidos da capital francesa.
Os confrontos contra as forças de segurança surgiram logo na noite de terça-feira em Nanterre e, na madrugada de quinta-feira, foram danificados edifícios públicos e queimados carros, tendo sido detidas cerca de 150 pessoas.
O agente da polícia suspeito da morte do jovem, acusado de homicídio, foi detido e vai ficar em prisão preventiva. Na quinta-feira, pediu "perdão" à família da vítima.
Notícia atualizada às 8h04