O antigo primeiro-ministro britânico Tony Blair visitou o líder líbio Muammar Kadhafi, depois de ter abandonado o poder no Reino Unido, divulgou o jornal Sunday Telegraph.
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Tony Blair, que deixou o posto de primeiro-ministro em Junho de 2007, visitou a Líbia em junho de 2008 e Abril de 2009, tendo utilizado um avião disponibilizado pelo regime de Muammar Kadhafi a partir da Serra Leoa, revelou o jornal, citando documentos descobertos em Tripoli depois da queda do líder líbio.
Logo após a segunda visita de Blair, um líbio condenado no Reino Unido - pelo atentado em Lockerbie e que estava preso na Escócia - foi libertado por razões humanitárias por sofrer de cancro. A sua libertação era um dos pedidos constantes em cada reunião entre os dois países.
O jornal, que também citou uma reunião (como enviado de paz no Médio Oriente) com Kadafi em Junho de 2010, frisou que esses encontros levantam a questão de um possível conflito de interesses entre o papel de Blair como enviado de paz no Médio Oriente e suas funções como consultor privado de empresas.
Um porta-voz do antigo primeiro-ministro, por sua vez, disse que Blair «nunca teve qualquer função, formal ou informal, remunerada ou não, com o governo líbio e não tem relação comercial com empresas ou organizações líbias».
O representante de Blair declarou que estas reuniões tiveram lugar num momento em que os líderes ocidentais não hesitavam em receber Kadhafi.
Tony Blair, como primeiro-ministro, fez a sua primeira visita ao ex-líder da Líbia em 2004, levando Khadafi de volta à comunidade internacional em troca de renunciar ao seu programa nuclear e ao terrorismo.
Em Dezembro de 1988, uma bomba explodiu um avião Pan Am sobre a cidade escocesa de Lockerbie, matando 270 pessoas, sendo a maioria norte-americanos. O ataque foi atribuído ao regime líbio e um cidadão líbio foi condenado por um tribunal escocês.