O tribunal sérvio para crimes de guerra deve pronunciar-se esta terça-feira sobre a transferência para o Tribunal Internacional de Haia para a ex-Jugoslávia (TPIJ) de Ratko Mladic, o ex-comandante militar dos sérvios bósnios.
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A defesa de Mladic, acusado de genocídio e crimes contra a humanidade, interpôs segunda-feira um recurso de última hora para tentar impedir a extradição, que segundo a defesa se destinou a «atrasar um pouco as coisas para não permitir a sua transferência imediata».
Os juízes do tribunal sérvio para os crimes de guerra devem assim anunciar a sua decisão no último dia do prazo que dispõem para se pronunciar.
Em caso de rejeição do recurso do advogado de defesa, o ministério sérvio da Justiça deverá assinar a decisão final de transferência para Haia, onde será encarcerado no centro de detenção do TPIJ antes da comparência na audiência inicial, e na qual se declarará culpado ou não culpado.
Mladic é designadamente acusado de genocídio pelo massacre de cerca de oito mil homens e rapazes em Srebrenica em 1995, mas também por crimes contra a humanidade pelo seu presumível envolvimento na guerra civil na Bósnia (1992-1995). Arrisca prisão perpétua.
A defesa de Mladic, detido na passada quinta-feira, a uma centena de quilómetros de Belgrado após ter escapado durante 16 anos à justiça internacional, tenta igualmente utilizar o argumento da saúde física e mental do seu cliente.