Perante as fortes críticas dos últimos dois dias, o Presidente dos EUA falou novamente sobre a violência em Charlottesville, desta vez num discurso mais incisivo e muito menos genérico.
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O Presidente dos Estados Unidos voltou, esta segunda-feira, a falar da violência que eclodiu durante o fim de semana em Charlottesville, no estado da Virgínia, desta vez de forma bem mais veemente e a denunciar pelo nome grupos supremacistas brancos envolvidos nos protestos.
"O racismo é diabólico e os que causam violência em seu nome são criminosos e bandidos, incluindo o KKK, neo-nazis, supremacistas brancos e outros grupos semelhantes que são repugnantes para tudo o que prezamos enquanto americanos", disse Donald Trump numa declaração feita a partir da Casa Branca.
Donald Trump tem sido fortemente criticado, quer por Republicanos quer por Democratas, por não ter respondido de forma mais dura à violência que eclodiu no decurso de uma marcha organizada por supremacistas brancos, em que uma mulher perdeu a vida depois de um homem ter atropelado vários opositores da marcha.
"Condenamos, nos termos mais fortes possíveis, esta flagrante demonstração de ódio, fanatismo e violência de múltiplas partes", afirmou Trump no fim de semana numa primeira reação à violência."O ódio e o sectarismo devem parar, devem parar imediatamente", frisou, sem no entanto condenar especificamente os movimentos de extrema-direita.
Estas declarações foram fortemente criticadas e consideradas muito brandas, em boa parte por não identificarem os movimentos de extrema-direita, o que levou a Casa Branca e a conselheira do Presidente, Ivanka Trump, a virem a público especificar que as declarações do presidente dos EUA condenavam "todas as formas de violência, intolerância e de ódio" e "todos os grupos extremistas", incluindo os movimentos associados à supremacia branca.
Os incidentes de sábado ocorreram na sequência de uma marcha associada ao movimento defensor da supremacia branca que foi convocada para contestar a decisão de Charlottesville de remover a estátua do general Robert E. Lee de um parque no centro da cidade, considerado atualmente um símbolo da defesa da escravatura e do racismo.
As autoridades locais consideraram o protesto ilegal e o governador da Virginia decidiu declarar o estado de emergência, mas milhares de pessoas convergiram para o centro de Charlottesville, a cerca de 160 quilómetros de Washington.
Pouco depois dos confrontos, um condutor -- que tinha participado na manifestação de extrema-direita - atropelou de forma intencional um grupo de contra manifestantes, matando uma mulher de 32 anos e ferindo cerca de 20 pessoas.
James Fields, de 20 anos e oriundo do Estado do Ohio, seria detido e acusado de vários crimes, incluindo de homicídio em segundo grau. Um juiz confirmou hoje a sua detenção por tempo indeterminado.