TSF em Israel. Apenas militares permanecem em Kfar Aza e quem não pode vestir a farda arranja forma de ajudar
Há quem entregue comida a quem passa na rua e as ajudas não param de chegar a Sderot.
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Do lado de Israel, ninguém é demais nesta guerra. Já mobilizadas centenas de milhares de reservistas, ninguém poupa esforços entre os que pela idade - por serem demasiado novos ou demasiado velhos - não podem usar agora o uniforme.
Junto à entrada para um dos kibutz atacados há uma semana, Kfar Aza, junto à Faixa de Gaza, os soldados impedem a passagem de civis. Acamparam nas traseiras de um abrigo de betão e, além de apitadelas de outros militares que passam ali na autoestrada, recebem, por exemplo, pacotes de bolachas e de rebuçados que são entregues em mão por três rapazes que chegam num carro preto reluzente.
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À nossa chegada, ouvimos logo as palavras de ordem. "Eu amo Israel", dizem em inglês. Ao saber a proveniência de quem os interpelava, o sentimento alargou-se: "Eu amo Portugal."
Os rapazes não se demoram no inglês, nem no regresso a casa. Partem ao som de rebentamentos na Faixa de Gaza com colunas de fumo ao longe no horizonte. Por ali espera também um técnico de eletrónica. Vem entregar vídeos, câmaras de vídeo que os militares hão de instalar no tal kibutz atacado.
"Eu não as vou colocar. Eu apenas as entrego", explica à TSF.
Depois de portas literalmente arrombadas e de uma intrusão consumada com resultados trágicos, quem e quando regressar a Kfar Aza já terá mais uma medida de proteção. Câmaras de vigilância para que pelo menos o socorro não demore tanto a chegar.
Mais à frente em Sderot, agora uma cidade fantasma, o comando da polícia está a abarrotar com tanto caixote com comida, roupa e brinquedos. Ajuda, como a que um grupo de quatro reservistas na reforma angariou em Telavive e encontramos algures numa saída da autoestrada que leva até muito perto do inferno.