No hospital fez "amigos" de Gaza, mas agora não consegue entrar em contacto. "Foram atingidos"
Quem tem família ou amigos em Gaza vive todos os dias em suspenso. As notícias que chegam não podiam ser piores e há mais de uma semana que as comunicações foram cortadas, tal como tudo o resto.
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Chama-se Ela, e aos 44 anos, palestiniana de Jerusalém oriental, nunca esteve na Faixa de Gaza. Os únicos palestinianos oriundos dessa zona que conhece são aqueles com quem se cruzou no hospital árabe, onde trabalha como técnica de farmácia.
"Eles são meus amigos porque vieram para Jerusalém para o nosso hospital. No hospital, encontrámo-los e ajudámo-los porque não tinham comida, não tinham dinheiro, nada. Temos de ajudá-los. Agora não conseguimos falar com eles", conta à TSF.
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Ela ficou particularmente amiga de uma mulher "que tinha duas crianças e cancro". E também as duas crianças tinham cancro. "Foram atingidos e vivem perto do mar. Não há comunicações", lamenta.
O corte total de comunicações já dura há mais de uma semana. Os palestinianos de Jerusalém nem querem imaginar o que este silêncio significa, se pode até já ser definitivo.