Num discurso para os membros do Syriza, Alexis Tsipras acusou os governos de Pedro Passos Coelho e Mariano Rajoy de estarem a liderar uma conspiração conservadora para derrubar o governo da Grécia e disse que os dois executivos temem as suas próprias forças radicais antes das eleições deste ano.
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«Encontramos a oposição de um eixo de poder, liderado pelos governos de Espanha e Portugal, que por óbvias razões políticas tentaram levar as negociações para o abismo», afirmou Alexis Tsipras, citado pela Reuters.
O primeiro-ministro da Grécia acusa Lisboa e Madrid de complicarem as negociações em Bruxelas que terminaram com uma extensão do programa de resgate por mais quatro meses.
«O seu plano era, e é, de nos desgastar, derrubar ou conduzir o nosso governo a uma rendição incondicional antes de o nosso trabalho começar a dar fruto e antes de o exemplo grego começar a afetar outros países», considera Tsipras. O primeiro-ministro grego destacou o caso de Espanha, referindo a subida do partido anti-austeridade Podemos nas sondagens de opinião.
Tsipras também rejeitou as críticas de que Atenas tinha encenado um recuo para garantir a extensão do resgate da zona euro, dizendo que a raiva entre os conservadores alemães mostra que o governo grego conseguiu algumas concessões por parte do Eurogrupo.
Numa entrevista hoje publicada no jornal Expresso, o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho afirma que Portugal esteve «alinhado com todos os outros 17 países da zona euro» e diz que «pode ter havido politicamente a intenção de criar» a ideia de que Portugal teria sido um dos países mais exigentes com Atenas, «mas ela não é verdadeira».