O primeiro-ministro grego diz acreditar num acordo, este domingo, sobre um terceiro resgate ao país "se todas as partes quiserem", acrescentando que a Europa deve isso aos seus cidadãos. Merkel não vai tão longe.
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"Podemos chegar a acordo esta noite, se todas as partes o quiserem", afirmou Tsipras à entrada para a cimeira da zona euro, que decorre em Bruxelas a partir das 15 horas deste domingo.
O chefe do Governo grego acrescentou que veio para esta reunião "pronto para outro compromisso", e considerou que os líderes europeus devem isso "aos povos europeus", que "querem uma Europa unida, não uma Europa dividida".
Angela Merkel não parece tão otimista. A chanceler alemã referiu, em Bruxelas, que não haverá um "acordo a qualquer preço" para um terceiro resgate à Grécia, na cimeira da zona euro.
À entrada para mais uma reunião de alto nível sobre a situação da Grécia, Merkel afirmou que, neste dossiê, a "moeda mais importante desapareceu" e que "essa é a "confiança".
"Um acordo não acontecerá a qualquer preço", afirmou a chefe do Governo alemão.
François Hollande, que nos últimos dias tem adotado um discurso em defesa de um acordo, voltou a frizar a importância de todas as partes se entenderem. O presidente francês referiu que "faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para encontrar um acordo. Este assunto não é apenas sobre a Grécia, é sobre a Europa".
Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, não vai tão longe, mas garante que "vou lutar até ao último milissegundo por uma acordo e espero mesmo que se chegue a um acordo".
Antes da cimeira europeia, a chanceler da Alemanha e os presidentes da Comissão Europeia e do Conselho Europeu estiveram reunidos em 'mini-cimeira' para preparar a reunião entre os chefes de Estado e de Governo da zona euro sobre a Grécia. Nesse encontro, espera-se uma posição dura da Itália para com a Alemanha. Matteo Renzi, o primeiro-ministro italiano, já assumiu a intenção de dizer a Berlim que já chega de humilhar a Grécia. Em declarações a um jornal de Roma, Renzi diz que é preciso que o bom senso prevaleça porque humilhar um país que já abdicou de quase tudo, é impensável.