Os separatistas do leste da Ucrânia rejeitaram hoje o acordo surpresa concluído na quinta-feira, que prevê o desarmamento e a desocupação dos edifícios públicos, exigindo a demissão do governo pró-europeu do país.
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«Aceitamos que os edifícios sejam desocupados, mas primeiro [o primeiro-ministro, Arseniy] Yatsenyuk e o [presidente em funções, Oleksandr] Turchynov, devem sair dos edifícios que estão a ocupar ilegalmente desde o golpe de Estado», disse aos jornalistas Denis Pushilin, um responsável da autoproclamada República de Donetsk.
Os rebeldes que apoiam o Kremlin continuam barricados em edifícios públicos na zona sudeste da Ucrânia, um dia depois de Kiev, Moscovo, Bruxelas e Washington terem chegado a acordo, na capital belga, no sentido de resolver a crise crescente na Ucrânia.
No acordo, os responsáveis internacionais apelaram a «todos os grupos armados ilegais» para desarmarem e saírem dos edifícios do Estado.
No entanto, Pushilin disse que os separatistas não foram consultados neste processo e que o ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, «não assinou» em seu nome.
Denis Pushilin afirmou ainda que os manifestantes que apoiam Moscovo vão fazer pressão para que seja feito um referendo regional de soberania no leste da Ucrânia, a realizar em maio e deixou um aviso: «Estamos à espera de uma escalada no conflito».
As autoridades de Kiev, por seu lado, expressaram algum ceticismo em relação ao acordo, tendo o primeiro-ministro, Arseniy Yatsenyuk, afirmado «não ver esperanças» para que seja cumprido.