A proposta do Partido Popular foi feita esta quarta-feira de manhã por Alberto Núñez Feijóo.
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O PSOE confirmou que não vai apoiar um Governo de dois anos do Partido Popular. A proposta foi feita esta quarta-feira de manhã pelo líder do partido, Alberto Núñez Feijóo, num encontro que reuniu os dois líderes.
Depois dessa reunião, os socialistas espanhóis estiveram reunidos e, numa conferência de imprensa logo a seguir, Pilar Alegría, a porta-voz do PSOE, acusou Feijóo de estar interessado apenas em salvar a própria pele.
"Que fique muito claro: com esta proposta de dois anos, Feijóo não está a trabalhar e a pensar no seu país, na estabilidade do país, mas sim em como salvar a sua pele. Se alguém tinha dúvidas de que, com esta investidura falhada, ele está a procurar a sua sobrevivência política, com esta proposta ele esclareceu todas as dúvidas", defendeu Pilar Alegría aos jornalistas.
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Por isso, o PSOE não aceita as condições de Feijóo.
"A comissão executiva federal adotou uma posição e decisão e o partido socialista não vai apoiar a investidura de Feijóo", acrescentou a porta-voz do PSOE.
Feijóo, que venceu as eleições legislativas de 23 de julho mas não tem uma maioria e apoio no parlamento que lhe garanta a investidura como primeiro-ministro, disse que propôs a Sánchez um acordo ao abrigo do qual governaria o partido mais votado, como sempre aconteceu na democracia espanhola nos últimos 45 anos, e que acabaria com a influência dos independentistas catalães e bascos.
O presidente do PP disse que propôs a Sánchez "seis grandes pastos de Estado" e que os socialistas viabilizassem um governo dos populares para uma legislatura de dois anos, o tempo para pôr em marcha esses acordos.
Passado esse período, o PP comprometia-se a convocar novas eleições, disse Feijóo, que afirmou ter proposto pactos para reformas que considera serem necessárias no país, relacionadas, entre outras áreas, com a sustentabilidade do serviço público de saúde, as pensões, a gestão da água, a reorganização de instituições como o Senado, "o saneamento" económico ou a independência do poder judicial.
A reunião, em Madrid, ocorreu a pedido de Feijóo, que assim iniciou uma ronda de contactos com outros líderes partidários com o objetivo de reunir apoios para a eventual investidura como chefe do Governo numa votação no plenário dos deputados agendada para 26 e 27 de setembro.
O PP foi o partido mais votado nas eleições de 23 de julho e o Rei de Espanha indicou na semana passada Feijóo como candidato a primeiro-ministro. O PSOE tem dito que a investidura do líder do PP como primeiro-ministro pelo parlamento está "condenada ao fracasso" e assegura que, apesar de ter sido o segundo partido mais votado, tem condições para voltar a formar governo, com os votos dos deputados de uma 'geringonça' de forças de esquerda, extrema-esquerda, regionalistas, nacionalistas e independentistas.