Repetimos muitas vezes que o nosso futuro são as crianças, mas investimos muito pouco no seu caminho para esse futuro... Para curar o presente e melhorar o Futuro temos de investir nelas.
A ciência e os investigadores desmultiplicam-se em estudos e evidências que demonstram que os primeiros anos de vida são os mais importantes no crescimento e desenvolvimento da criança e que a forma como acompanhamos esses anos, e a forma como as crianças os vivem, vão ter um impacto direto no seu comportamento em adulto e na sociedade que vai ajudar a construir... Enfim está quase tudo dito ... muito está estudado ... mas nós continuamos a "deixar andar", como se um assobio para o ar escondesse a nossa responsabilidade. É urgente, essencial e inadiável que todos os que participam efetivamente na vida da criança, nomeadamente pais, avós, família alargada, educadores, médicos, cuidadores e professores estejam conscientes dos respetivos papéis e estejam atentos às diversas etapas de desenvolvimento. A atenção deixa-nos alertas e podemos poupar muitas angústias, intervir precocemente e apoiar o futuro das crianças, das famílias e das comunidades
A Campanha "Primeiros Anos a Nossa Prioridade", a que a Cáritas aderiu, pretende sensibilizar para a aposta que tem de ser feita no investimento precoce no desenvolvimento das crianças logo nos 0-3 anos.
"Foi lançada em março, no âmbito de uma iniciativa mais alargada, a nível europeu, intitulada "First Years, First Priority". Em Portugal já mobiliza mais de 20 instituições, católicas e não só, é liderada pela Fundação Nossa Senhora do Bom Sucesso (FNSBS)," e conta com o tem o alto patrocínio do Presidente da República.
A avaliação do estado da arte nos vários países europeus deixou a descoberto as fragilidades ao nível das políticas para a infância. "Portugal destaca-se por ainda ter um elevado número de crianças retiradas às famílias que ficam a viver em instituições." São crianças que ficam impedidas de viver em família...
Proporcionar um bom início de vida a todas as crianças, sobretudo até aos 3 anos, tendo em conta que esta é uma fase crucial na formação física, mental e emocional de cada um. Paula Nanita sublinha que "é nestes primeiros anos que construímos os nossos fundamentos como pessoa, a nossa saúde ao longo da vida, muitas vezes o sucesso da nossa escolaridade e empregabilidade", refere ainda que "hoje a ciência sabe muito mais sobre os primeiros anos de vida do que sabia há 20 ou 30 anos. Já não estamos no campo da intuição, estamos no campo da certeza científica e em Portugal os dados que existem não são animadores
Hoje relembro o livro do Papa Francisco "As crianças são esperança" que procura trazer às crianças uma mensagem universal para um mundo melhor e as Suas palavras do papa Francisco: "Quando vejo uma criança como tu, sinto no coração muita esperança."
Vamos saber pôr este tema na agenda de todos.
Vamos influenciar decisores, estudiosos, especialistas, cuidadores e as nossas redes em favor da importância de investir nas nossas crianças com propósito e missão...
Olhando cada idade com amor, reconhecendo a importância dos 0-6 anos, mas muito especialmente dos 0-3, e com isso conseguirmos criar oportunidades, apregoar os benefícios e influenciar políticas e investimentos.
Ao nosso nível, com esperança, também podemos assumir o compromisso pelas crianças e com o Futuro. Este é hoje o desafio.