Costa garante que redução do preço dos passes vai ser acompanhada por aumento da oferta
O primeiro-ministro viajou esta manhã de transportes públicos e condenou a oposição por criticar o passe único. Estava "distraída" e "errada", diz.
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É a concretização de um sonho de décadas de autarcas e sucessivos governos. António Costa não tem dúvidas de que os novos passes sociais são uma profunda alteração na política de transportes.
"Permitiu não só uma redução muito significativa do custo tarifário, mas também fazer uma coisa com que há décadas se sonhava: um único passe que dê para toda a Área Metropolitana e para todos os operadores, seja de autocarro, comboio, barco ou elétrico. Tem a vantagem absolutamente extraordinária de cada um ter a liberdade de escolher os seus trajetos", defendeu.
O primeiro-ministro viajou entre a Ericeira e Setúbal utilizando os transportes públicos, no dia em que entra em vigor o passe único da Área Metropolitana de Lisboa.
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O primeiro-ministro reconhece que o aumento da procura pode implicar um período de ajustamento, mas salienta que a oferta também vai aumentar.
"No metro de Lisboa esta semana a oferta já aumenta em 5%", assegurou. Além disso estão em processo de aquisição 14 composições para o metro de Lisboa, 18 composições para o metro do Porto, 22 composições para a CP e dez novos navios para a Transtejo.
E se a oposição falar em eleitoralismo, é porque esteve "distraída" e "errada", garante António Costa.
"Esta foi uma semente lançada há muito tempo", destaca. Já estava prevista no Orçamento do Estado - "a oposição, em vez de a ter apoiado, votou contra, por isso agora lhe chamam eleitoralista", criticou.
"Agora não faz sentido é parar o país porque vamos três eleições, porque senão o país não fazia mais nada este ano", defendeu.
António Costa começou a viagem às 07h30 na Ericeira e apanhou o autocarro com o presidente da Câmara, Hélder Silva, até ao Campo Grande, partindo depois de metro até à estação de Entrecampos.
Daí, já com os ministros do Ambiente e Infraestruturas, Matos Fernandes e Pedro Nuno Santos, e o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, a comitiva seguiu de comboio até Setúbal, onde era aguardado pela presidente da autarquia, Maria das Dores Meira.
Chegados a Setúbal, o primeiro-ministro e restante comitiva fizeram o percurso a pé entre a estação de caminho-de-ferro até à câmara municipal.
Durante a cerimónia de apresentação do passe único, António Costa reiterou que se trata da "maior revolução do transporte público das últimas décadas".
"A chave do sucesso da política económica foi a criação de confiança no país de que era possível fazê-lo com o aumento de rendimentos das famílias", disse o chefe de Governo.
Já o ministro do Ambiente, noutra intervenção, considerou que "este dia 1 de abril é o dia da verdade", salientando que os novos títulos de transporte revelam a "forte determinação para dar um contributo muito sério para o combate às alterações climáticas".
João Pedro Matos Fernandes lembrou ainda que esta medida permite uma "melhoria significativa da circulação nas cidades e será muito mais barato para as pessoas" usar os transportes públicos. "E fazemo-lo no tempo certo", concluiu.
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