"Governo responde à indiferença com indiferença." Ribeiro e Castro confessa ficar "embaraçado" por ter "votado AD"

O presidente da Sociedade Histórica da Independência de Portugal, José Ribeiro e Castro
Foto: José Sena Goulão/Lusa
O antigo líder do CDS queixa-se da falta de apoios para a Sociedade Histórica da Independência de Portugal, um organismo ao qual preside
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José Ribeiro e Castro, antigo líder do CDS e atual presidente da direção da Sociedade Histórica da Independência de Portugal, assume que se sente "embaraçado" por ter votado na AD e lamenta que o Governo não tenha estado atento ao financiamento de que a sociedade a que preside necessita. No discurso nas cerimónias comemorativas da Restauração da Independência de Portugal, nos Restauradores, em Lisboa, Ribeiro e Castro critica diretamente o primeiro-ministro.
"O Governo responde à indiferença com indiferença. Perdoar-me-ão se vos disser que antes poderia refugiar-me na ideia de que não tenho culpa, não votei PS, mas agora embaraço-me ao dizer aos meus botões que eu tenho culpa, eu votei AD", atira, sublinhando que "é um pensamento bastante insuportável".
O antigo líder do CDS critica as poucas verbas destinadas à Sociedade Histórica da Independência de Portugal - "meio salário mínimo por mês" -, um problema que disse estender-se desde os governos PS, mas que não mudou no atual do PSD/CDS-PP. Lamentou também ainda não ter conseguido ser recebido pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro.
O antigo líder do CDS-PP relatou, na sua intervenção, uma conversa que disse ter tido esta manhã com uma popular nos Restauradores, na qual ela lhe manifestou estranheza pela ausência do primeiro-ministro, que também não esteve presente nas cerimónias do ano passado.
À saída da cerimónia, Nuno Melo, questionado pelos jornalistas, recusou qualquer melindre.
Nesta cerimónia, o ministro da Defesa, Nuno Melo, elogiou a Forças Armadas e sublinhou o investimento de quase seis mil milhões de euros, anunciado pelo Executivo esta semana.
