Maria de Belém Roseira apresentou a candidatura à Presidência da República por um "imperativo patriótico e impulso de cidadania".
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"Não há coroação nem nomeação para a Presidência, há eleição", avisou Maria de Belém, garantindo a seguir: "candidato-me para disputar a vitória".
A antiga ministra da saúde justificou a candidatura "porque Portugal precisa de um presidente independente, que saiba interpretar a vontade do povo e saiba dar voz às pessoas mais frágeis da sociedade".
Por estar convicta de poder dar "um contributo para a melhoria da condições de vida e da revitalização da confiança no país", Maria de Belém assegurou o compromisso de "realizar uma Presidência das pessoas, para as pessoas, pelas pessoas, com as pessoas".
Na cerimónia de lançamento da candidatura, que decorreu no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, estiveram presentes várias personalidades do Partido Socialista, entre elas Almeida Santos, Manuel Alegre e Jorge Coelho.
A Comissão Política Nacional do PS decidiu conceder liberdade de voto aos socialistas na primeira volta das eleições presidenciais entre os candidatos do seu espaço político, entre os quais se encontram, para já, Sampaio da Nóvoa e Maria de Belém.
Uma mulher na corrida a Belém
A eurodeputada Ana Gomes e a escritora Maria Teresa Horta consideram que é importante que uma mulher esteja entre o leque de candidatos à Presidência da República.
No entanto, Ana Gomes sublinha que mais importante do que o género, o que verdadeiramente conta, são as características das pessoas, sejam homens ou mulheres. "Eu acho que é mais a natureza de cada pessoa, independentemente de ser homem ou mulher. O que é preciso, é de facto quebrar o tabu que tem implicado que só temos tido homens na chefia do estado", diz a eurodeputada.
Já Maria Teresa Horta diz que se é importante ter uma mulher entre os candidatos, há que ter em conta que há mulheres e mulheres. "Imaginemos que estávamos a falar há alguns anos da Thatcher (Margaret Thatcher), não é com certeza importante. Para muita gente não é, antes pelo contrário. Portanto, não é só por ser mulher que as pessoas têm de ir votar, ou as feministas têm de ir votar, é também que mulheres".
A poetisa acredita, ao contrário de Ana Gomes, que o exercício do poder é diferente caso esteja a cargo de um homem ou de uma mulher. E dá um exemplo: "A Maria de Lurdes Pintassilgo, quando esteve como primeira-ministra, exerceu como mulher e havia muita diferença, muita diferença, uma diferença abissal. São pessoas muito menos agarradas a tiques, a fórmulas, a formas, são pessoas muito mais emocionais, embora tenham uma inteligência política muito aguda, são muito mais atentas, muito mais mais compassivas e ao mesmo tempo muito firmes. Quando chegam a um cargo desses, uma mulher tem que ser muito firme porque senão fica pelo caminho. Fica arrasada, passou-lhe um carro por cima, um autocarro. De qualquer maneira, eu penso que sim (homens e mulheres exercem o poder de forma diferente). Se são iguaizinhas aos homens, então não vale a pena".