A ex-ministra das Finanças e atual deputada do PSD, emitiu um comunicado onde diz que não existem impedimentos legais à sua ida para a Arrow Global.
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Maria Luís Albuquerque garante que não teve qualquer influência nos negócios da Arrow Global, empresa que negociou com o Banif
"Nenhuma decisão tomada pela empresa no passado foi condicionada ou influenciada por qualquer tipo de decisão que eu tenha tomado", refere a ex-ministra em comunicado.
Maria Luís Albuquerque esclarece que as funções que vai assumir na empresa britânica "são de natureza estritamente não executiva" e por isso, garante, "sem participação nas decisões sobre negócios em concreto, em Portugal ou noutros países".
Adianta que "a função de administradora não executiva não tem nenhuma incompatibilidade ou impedimento legal pelo facto de ter sido Ministra de Estado e das Finanças e de ser deputada".
Maria Luís Albuquerque acrescenta que "qualquer outra leitura que possa ser feita desta nomeação só pode ser entendida como mero aproveitamento político partidário".
Comentário de Manuela Ferreira Leite
A antiga ministra das Finanças critica Maria Luís Albuquerque por ter aceitado um cargo não executivo na empresa financeira que comprou créditos ao Banif.
No espaço de comentário na TVI24, Manuela Ferreira Leite diz que a empresa "obviamente" teve ligações ao ministério das Finanças e a contratação da ex-ministra mostra ausência de bom senso.
Manuela Ferreira Leite diz que "mesmo que não houvesse legislação sobre esta matéria, qualquer bocadinho de bom senso levaria a que a ministra não aceitasse" a proposta de emprego.
Maria Luís Albuquerque assume funções na empresa britânica a 07 de março.
A Arrow Global gere em Portugal uma carteira de crédito de 5,5 mil milhões de euros, tendo entre os clientes os bancos Banif, Millennium BCP, Montepio, Santander, Banco Popular, entre outros.
No setor não financeiro, entre os clientes da Arrow Global estão as companhias de seguros Açoreana e AXA, bem como a empresa de telecomunicações Vodafone.