Mariana Leitão pede explicações a Montenegro sobre executivo PSD/Chega em Sintra: "Até onde é que vai esta extensão do 'não é sim'?"

Rodrigo Antunes/Lusa
A líder da IL qualifica o Chega como "um partido autoritário, populista, que se alimenta do ódio" e que "quer destruir a democracia"
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A presidente da IL, Mariana Leitão, pediu esta sexta-feira explicações ao primeiro-ministro e presidente do PSD, Luís Montenegro, sobre a formação de um executivo municipal PSD/Chega em Sintra, que considerou contrariar a sua posição de "não é não".
Mariana Leitão falava aos jornalistas na Assembleia da República, depois de, esta sexta-feira de manhã, ter anunciado a retirada da confiança política à vereadora eleita pela IL, Eunice Baeta, que aceitou integrar o executivo liderado por Marco Almeida, do PSD, em que o Chega terá pelouros.
"É muito importante que Luís Montenegro, que é o autor da frase 'não é não' [a entendimentos com o Chega], venha explicar as circunstâncias do 'não é não', que agora, por força da conveniência, transforma o 'não é não' no 'não é sim'", afirmou.
A presidente da IL defendeu que "é muito importante para o país clarificar este 'não é sim' e a sua extensão", questionando: "Até onde é que vai esta extensão do 'não é sim'? Em que circunstâncias? Em que conveniências?"
Mariana Leitão frisou que a IL - que em Sintra integrou a coligação vencedora PSD/IL/PAN - continuará a recusar "qualquer tipo de entendimentos" com o Chega, que qualificou como "um partido autoritário, populista, que se alimenta do ódio" e que "quer destruir a democracia".
O presidente do PSD e primeiro-ministro tem repetido a expressão "não é não" para excluir entendimentos com o Chega, mas a nível municipal remeteu as decisões sobre governabilidade para os autarcas eleitos pelo partido, invocando a "autonomia do poder local".
"Os autarcas eleitos terão de assumir a sua responsabilidade", disse Luís Montenegro, na noite das eleições autárquicas de 12 de outubro, referindo-se tanto aos que venceram e não têm maioria como aos que não venceram.
