"Problemas de todos os dias resolvem-se nestas eleições." Rui Tavares diz que "ninguém se deve demitir" de participar
O porta-voz do Livre recorda que o voto nestas eleições “tem uma consequência muito direta, muito prática, muito concreta na vida das pessoas"
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O porta-voz do Livre Rui Tavares considerou este domingo que “ninguém se deve demitir” de participar nas autárquicas, realçando que são eleições cujo resultado tem consequências “muito diretas e práticas” no dia a dia dos cidadãos.
“Eu diria que para muitas pessoas são as eleições mais importantes, porque aquele problema que a gente vê todos os dias, que nos prejudica todos os dias, do buraco no passeio, à passadeira que impede uma tragédia e que nos resolve um problema sem termos dado por isso quando as coisas correm bem, aquelas coisas que são todos os dias das nossas aldeias, vilas, cidades, bairros, ruas, resolvem-se nestas eleições, ou não se resolvem nestas eleições, por quatro anos”, defendeu Rui Tavares.
O líder do Livre falava aos jornalistas momentos depois de ter votado na secção número 6 na Escola Básica e Secundária Gil Vicente, na freguesia de São Vicente, em Lisboa.
Tavares argumentou que, devido à importância das autarquias na resolução de problemas do dia a dia, o voto nestas eleições “tem uma consequência muito direta, muito prática, muito concreta na vida das pessoas e ninguém se deve demitir de participar”.
Interrogado sobre expectativas para o dia de hoje, Rui Tavares rejeitou falar de resultados do seu partido, dizendo apenas que espera que "toda a gente vote de uma forma ordeira, de uma forma tranquila" e se "lembre que não custa nada".
"O único trabalho que dá é que são três boletins de voto, não é só um: Câmara Municipal, Assembleia Municipal, Junta de Freguesia, ou Assembleia de Freguesia. Fazer três cruzinhas, dobrar três vezes, também não é assim um trabalho que justifique as pessoas absterem-se e acharem que não devem participar na sua vida coletiva", sustentou.
Questionado se subscreve as palavras do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que no sábado considerou que os fundos europeus são "uma razão adicional" para se ir votar nas autárquicas, referindo que "boa parte" desses recursos passará pelo poder local, o porta-voz do Livre concordou.
Tavares salientou que existem alguns autarcas que, a nível da União Europeia, "vão ao Comité das Regiões e conhecem outros autarcas europeus e trocam experiências e boas práticas", mas lamentou que Portugal não tenha "uma tradição de ter autarquias que tenham as suas próprias representações permanentes em Bruxelas".
"Isso significaria apanhar estes processos, por exemplo, do PRR, do Portugal 2030, no início, até ajudar a que eles fossem legislados de maneira a apoiar mais os países do Sul", realçou.
Tavares explicou que as autarquias dos países do Sul da Europa, como Portugal, Espanha, Itália ou Grécia, nos quais o risco sísmico é maior, podem juntar-se nestes comités e exigir, por exemplo, verbas para "tratar da resiliência de pontes, de edifícios, de hospitais" ou outras infraestruturas.
Mais de 9,3 milhões de eleitores podem votar nestas autárquicas, segundo os dados do recenseamento disponibilizados pela Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna (MAI).
Dos 9.303.840 eleitores inscritos, 9.262.722 são nacionais e, dos restantes, 18.319 são eleitores estrangeiros da União Europeia (UE) e 22.799 são estrangeiros provenientes de fora da UE, em ambos os casos recenseados em território nacional.
Os eleitores vão escolher os órgãos dirigentes das 308 Câmaras Municipais, 308 Assembleias Municipais e 3.221 Assembleias de Freguesia, pelo que há três boletins de voto.
