A decisão do Presidente da República, que vetou o decreto-lei sobre a Carris, divide os partidos que vão voltar a debater o diploma no parlamento.
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O Presidente da República quer que a Câmara de Lisboa tenha liberdade para fazer a concessão a terceiros, no futuro, se assim entender.
Para o Bloco de Esquerda (BE) o veto hoje conhecido é um veto político uma vez que "a própria nota que está no site da Presidência da República diz isso 'não há nenhum problema do ponto de vista constitucional'. É a agenda política da direita".
O deputado Ricardo Robles é categórico e diz que o diploma, no que depender do BE, regressa sem alterações a Belém. "O fantasma da privatização trouxe o pior do serviço público de mobilidade na cidade de Lisboa e os lisboetas foi quem sofreu com isso. Portanto, vamos reiterar em setembro a nossa posição: [a Carris] não pode ser privatizada".
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Também João Ferreira, deputado do PCP, considera "negativa" a decisão do Presidente da República, pois "está, infelizmente, cheio de exemplos o que aconteceu a empresas estratégicas que eram públicas e foram privatizadas - desde o exemplo tristemente atual da PT, a toda a banca e à própria TAP. Não podemos arriscar que amanhã aconteça o mesmo à Carris".
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Já o PS apela ao diálogo no parlamento para ser encontrada uma solução com todos os partidos sobre esta matéria. O deputado Pedro Delgado Alves recorda na TSF que "não é a primeira vez que isto sucede. Em relação aos transportes coletivos do Porto (STCP) também no passado o Presidente da República manifestou reservas a um mecanismo similar que também essa inibição. Portanto, essa é uma fonte de inspiração para como ultrapassar o veto presidencial".
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O PSD, pela voz de Luís Leite Ramos, aplaude a decisão do Chefe de Estado porque evita um "preconceito ideológico relativamente à iniciativa privada". O deputado sublinha que os argumentos de Marcelo Rebelo de Sousa "foram os mesmos que nós utilizámos nos vários debates que decorreram no parlamento sobre esta matéria".
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João Gonçalves Pereira, vereador do CDS-PP na Câmara de Lisboa, concorda com os termos do Presidente da República e acusa o PS e António Costa de "subserviência a uma esquerda radical que infelizmente é quem governa hoje o país".
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O presidente da distrital de Lisboa do CDS diz que esta decisão coloca "o PS da Câmara de Lisboa contra o PS na Assembleia da República".