44 detidos este mês: Costa diz que incendiários são "pequena parte do fenómeno"
A grande maioria dos incêndios ocorre por "descuido", considera António Costa, apelando a cuidados redobrados nos próximos dias.
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António Costa deu conta de 44 detenções por suspeitas de fogo posto desde que começou a presente época de incêndios, dia 1 de julho, apesar de considerar que a criminalidade não é a principal causa de incêndios em Portugal.
O primeiro-ministro reiterou que os incêndios nunca surgem de forma espontânea - são antes fruto de "mão humana", devido a negligência (por uso de máquinas, devido a uma beata deitada no chão ou consequência de um churrasco, exemplifica) ou na sequência de um ato criminoso.
"Há esse fenómeno do incendiarismo e de pessoas que, por razões diversas provocam incêndios", admitiu Costa, destacando "o trabalho da polícia Judiciária de altíssima qualidade" no sentido de combater este crime.
No entanto, ressalva, "os incendiários são, felizmente, uma parte pequena deste fenómeno."
"O grosso dos incêndios decorre, não desses incendiários mas de pessoas como nós que, por descuido (...) inadvertidamente, irresponsavelmente, provocam os incêndios."
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Questionando sobre a capacidade de combate às chamas, António Costa assume que "os meios são sempre limitados", mas destaca que "a única coisa que não é limitada a capacidade que cada um de nós tem para evitar que haja um incêndio".
Claro que, ressalva o primeiro-ministro, a mobilização "tem de ser permanente".
"Como dizia a minha avó: 'não se pode gritar a Santa Bárbara só quando a tragédia ocorre'. É preciso pensar no risco de haver uma tragédia."
No âmbito da declaração da situação de contingência, prevista na Lei de Bases de Proteção Civil está proibida a realização de queimadas e de queimas de sobrantes de exploração e proibição de realização de trabalhos nos espaços florestais com recurso a qualquer tipo de maquinaria, como motorroçadoras de lâminas ou discos metálicos, corta-matos, destroçadores e máquinas com lâminas ou pá frontal.
Com mais de 80 concelhos de 10 distritos em perigo máximo de incêndio rural, está ainda interdito o acesso, circulação e permanência no interior dos espaços florestais e a utilização de fogo-de-artifício.
A declaração da situação de contingência começou às 00h00 desta segunda-feira e deverá terminar às 23h59 de sexta-feira, mas, como já indicou o Ministério da Administração Interna (MAI), poderá "ser prolongada caso seja necessário" e "não exclui a adoção de outras medidas que possam resultar da permanente monitorização da situação".