A "irreverência" de Odete Santos: Marcelo lamenta morte "de uma das deputadas mais carismáticas"
O chefe de Estado destaca a luta de Odete Santos pelas "minorias, na proteção dos direitos humanos, dos trabalhadores e das mulheres".
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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, lamentou esta quarta-feira a morte de uma das "deputadas mais carismáticas", sublinhando a "irreverência e energia" com que Odete Santos "defendia os valores em que acreditava".
"Foi com profundo pesar que o Presidente da República tomou conhecimento da morte de Odete Santos", lê-se na nota publicada no site da Presidência da República.
Marcelo Rebelo de Sousa lembra Odete Santos como "uma das deputadas mais carismáticas da Assembleia da República", destacando a sua luta pelas "minorias, na proteção dos direitos humanos, dos trabalhadores e das mulheres".
"Ao longo da sua vida teve ainda tempo para se dedicar, com igual empenho, à vida autárquica, à cultura (quer publicando livros, quer como atriz, levando ao teatro, para a verem atuar, personalidades de diferentes quadrantes políticos) e, ainda, à resolução alternativa de litígios (sendo de sublinhar o importante papel que desempenhou nos Julgados de Paz)", adianta.
O chefe de Estado apresenta assim "à família, amigos e ao Partido Comunista, as mais sentidas condolências".
Nascida em 26 de Abril de 1941, na freguesia de Pêga, concelho da Guarda, Maria Odete Santos era advogada, aderiu ao PCP em 1974 e foi deputada à Assembleia da República entre 1980 e 2007, tendo exercido também vários cargos a nível partidário e autárquico, em Setúbal.
Odete Santos gozou de uma popularidade que extravasou o âmbito político, com presenças regulares em programas de televisão, desde debates políticos a programas de entretenimento.
Apaixonada pelo teatro amador, a antiga deputada estreou-se nos palcos em 1966. Voltaria a participar numa peça em 1991, e, em 1999, protagonizou "Quem tem medo de Virgínia Woolf" numa encenação do Teatro Animação de Setúbal. Em 2004 aceitou um convite para participar desta vez numa revista, "Arre Potter Qu'É Demais", no teatro Maria Vitória.