No Dia Mundial da Obesidade, o presidente da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo alerta para a prevalência desta doença na população portuguesa.
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A obesidade é uma doença crónica que tem cada vez maior prevalência na população. Em Portugal estima-se que 56% dos adultos tenham excesso de peso e obesidade, com os homens a serem o grupo onde esse predomínio é maior.
Neste Dia Mundial da Obesidade, João Jácome Castro, presidente da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo (SPEDM), sublinha que o que está aqui em causa é um problema de saúde pública.
"A obesidade é hoje talvez o maior problema de saúde pública pela sua prevalência, gravidade das suas consequências, tendência de crescimento que apresenta e pelos custos que acarreta. Temos de nos focar na obesidade e na prevalência em Portugal. Estamos a falar de 56% dos adultos ou, se quisermos restringir, entre os 25 e os 74 anos, 67% da população tem excesso de peso ou obesidade, dos quais cerca de 30% são mesmo obesos. A obesidade preocupa-nos tanto porque provoca diabetes, hipertensão, hipercolesterolemia e porque mata por doença cardíaca, cardiovascular e porque se associa a cancros e à depressão", alertou na TSF João Jácome Castro.
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O especialista afirma que é preciso prevenir e tratar esta doença crónica.
"É importante prevenir e tratar. Prevenir através da educação, promoção da alimentação saudável, hábitos de exercício físico e claro que, para tudo isto, é preciso ter capacidade financeira para uma alimentação mais saudável e condições nas cidades para que se possa andar a pé. E depois é preciso tratar porque estes 67% de pessoas que têm excesso de peso em Portugal e obesidade têm de ser tratadas, independentemente daquilo que façamos para prevenir a obesidade nas gerações vindouras. Podemos tratar através da alimentação, dos fármacos e, em alguns casos, através da cirurgia", defendeu o presidente da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo.
O presidente da SPEDM alerta também que esta é uma doença que tem peso no orçamento da saúde e que afeta a esperança média de vida dos doentes.
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"Um obeso com 40 anos, comparado com uma pessoa sem obesidade, vai viver em média menos sete anos do que o seu par não obeso. Isto é de uma relevância extraordinária que nos impressiona e nos obriga a fazer qualquer coisa quanto a ela. E os custos, naturalmente, também nos afetam. Cerca de 10% da despesa total da saúde em Portugal é utilizada para o tratamento de doenças relacionadas com a obesidade", explicou.
Por ano gasta-se cerca de 1,2 mil milhões de euros em despesas de saúde com doenças associadas ao excesso de peso e obesidade como a diabetes, acidentes vasculares cerebrais e depressão.