A pandemia ajudou as abelhas? Pelo menos parece ter incentivado o consumo de mel
Dia Mundial das Abelhas assinala-se esta quarta-feira.
Corpo do artigo
Ao que tudo indica, o consumo de mel aumentou nos últimos meses, um período habitualmente fraco para o setor.
Em entrevista à TSF durante a cresta, enquanto retirava favos de mel das colmeias, Manuel Gonçalves, presidente da Federação Nacional dos Apicultores de Portugal (FNAP) explica que a pandemia parece ter ajudado as abelhas.
Apesar de não conseguir quantificar, o apicultor garante que o consumo de mel aumentou durante primeiros meses do ano, geralmente "mortos em termos de circulação e venda de mel", depois do maior consumo no Natal.
"E bom para quem consome e para quem produz, é bom para o mercado e para o país, que aufere mais alguns euros - bem necessita deles", sublinha Manuel Gonçalves.
O presidente da FNAP garante ainda que este ano há mais insetos nos campos do que em anos anteriores, e não só abelhas.
Manuel Gonçalves nota que a poluição atmosférica diminuiu durante a pandemia de Covid-19, e consequentemente as plantas estão a polinizar mais , mas não arrisca a estabelecer uma ligação direta ao aparente aumento do número de insetos - só os especialistas o poderão confirmar, ressalva.
O ano arrancou com chuva suficiente, o país não está em situação de seca, e há condições de humidade "boas para a produção de mel", destaca ainda.
Por esta altura do ano surge, por outro lado, o principal inimigo das abelhas: a vespa asiática. "Os colegas apicultores do Minho já estão começar a ter problemas com ela", conta Manuel Gonçalves.
Não é possível erradicar esta espécie, mas os apicultores descobriram a sua forma de atuar e mantêm a população de vespas asiáticas sob controlo com recurso a armadilhas, durante o período de nidificação, para evitar a propagação.
Em Portugal existem cerca de 12 mil apicultores, com 800 mil colmeias, que produzem anualmente 11 toneladas de mel. As exportações deste produto captam 24 milhões de euros.
12215963