A cerimónia serviu para assinalar o centenário da travessia do Atlântico Sul e simultaneamente os 200 anos de independência do Brasil.
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António Costa considera que os laços entre os dois países, Portugal e Brasil, são indestrutíveis e, na opinião do primeiro-ministro, nada melhor do que assinalar o bicentenário da independência do Brasil atribuindo ao aeroporto de Faro o nome de um dos navegadores que fez a primeira travessia aérea no Atlântico Sul. Uma "ligação fraterna", que está acima de governos e de momentos políticos vividos em cada um dos lados do Atlântico.
"Assim como o corretor de rumos e o sextante de horizonte artificial facilitaram a realização da travessia, o caminho certo para as duas comunidades para um futuro de prosperidade é sempre alheio às derivas das circunstâncias políticas nos diferentes momentos que fomos vivendo ao longo da nossa história em comum", afirmou.
Como no passado, o primeiro-ministro afirma que Portugal e Brasil estão unidos e têm sido porto de abrigo para os dois povos. Costa lembrou os tempos em que os portugueses emigraram massivamente para o Brasil e que, por cá, o país tem acolhido milhares de brasileiros.
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"No Brasil refugiaram-se em diferentes períodos refugiados portugueses, na democracia portuguesa refugiaram-se os que então fugiam da ditadura brasileira", recordou. "Temos sempre mantido aberta ao longo destes duzentos anos a ponte aérea que, há cem anos, Gago Coutinho e Sacadura Cabral iniciaram", afirmou.
Enquanto discursava tinha nas costas, estacionado na pista do aeroporto, o avião C390, produzido pela Embraer. A partir de outubro, a Força Aérea Portuguesa vai receber cinco unidades deste avião.
"O novo C390 resulta de uma parceria única entre Portugal e o Brasil", assegurou António Costa. O primeiro-ministro esclareceu que, pela primeira vez, as componentes desta aeronave foram produzidas em Portugal, sendo realizada no Brasil a montagem final.
Acompanhado pelo ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos e por Helena Carreiras, a ministra da Defesa Nacional, António Costa chegou à pista do agora aeroporto Gago Coutinho num avião Falcon e saiu no novo avião C390.
Aeroportos portugueses podem ser primeiros a nível mundial com emissões zero
Na mesma cerimónia, o presidente da VINCI anunciou que na próxima década o desafio é levar a que os aeroportos portugueses estejam na linha da frente no que diz respeito às emissões de carbono. Numa declaração aos jornalistas, à margem da iniciativa, Nicolás Notebaert afirmou estar "muito orgulhoso".
"Hoje, no aeroporto de Faro, inauguramos a primeira infraestrutura solar dos aeroportos portugueses para produzir eletricidade verde e isso permite-me fazer um compromisso importante com o país", afirmou.
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"O compromisso de que, daqui por dez anos, os aeroportos portugueses da ANA terão zero emissões de carbono. Por isso Portugal será provavelmente o primeiro país da Europa e do mundo a ter zero emissões", garantiu.
"Isso requer investimento que a VINCI e a ANA irão fazer", assegurou. Um passo "importante" porque "há que conciliar a mobilidade com o turismo, e lutar contra as alterações climáticas".