Alvo de "roubos e vigarices" ou "torrada", sindicatos dizem que a TAP é sempre "joguete político"
Seja com gestão pública ou privada, para vários sindicatos a influência política na TAP é evidente.
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Ricardo Penarroias, presidente do Sindicato Nacional de Pessoal da Aviação Civil, considera que a TAP tem sido sucessivamente usada como "joguete político".
"Não sei o que foi pior, a privatização ou a nacionalização, mas a verdade é que tudo isto demonstra que a TAP tem que deixar, acima de tudo, de ser um joguete político", condena, em declarações no Fórum TSF.
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"Tudo o que se tem vivido nos últimos tempos demonstra uma navegação à vista. Aquilo que o Governo, a tutela, a administração - aquando da pandemia, aquando os acordos de emergência - prometeu foi que iríamos que ter uma gestão profissional, transparente, e que iria dar lucros."
"A verdade é que os lucros são baseados nos cortes salariais e na rigidez financeira que está a ser feita aos trabalhadores do grupo TAP com um plano de reestruturação que ninguém conhece", condena Ricardo Penarroias. "E isso é muito preocupante, porque estamos numa gestão desconhecida. Ninguém sabe quais são os objetivos, ninguém sabe, na realidade, até que ponto é que este plano de reestruturação pode ir, até que ponto é que aquilo que estamos a fazer neste momento é uma salvação da empresa ou transformar a TAP em apetecível para os compradores"
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Para o SITAVA, sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos, a companhia aérea "está a ser prejudicada todos os dias".
"Basta ver que praticamente está em gestão corrente. Uns que vão sair não saem e os que vão entrar não entram... É completamente surreal", diz o representante do SITAVA, Paulo Duarte.
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A imagem que tudo isto passa, nota, é que "o público não sabe gerir das empresas", apesar das sucessivas "vigarices" e os "autênticos roubos que foram feitos a TAP foi no tempo do privado".
Também Ângelo Felgueiras, que durante vários anos foi presidente do Sindicato dos Pilotos, se mostrou "envergonhado" com tudo o que está a acontecer na companhia aérea.
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"Estes últimos tempos da TAP são uma verdadeira vergonha. É impensável não ligar a política a isto. Temos a companhia a ser torrada, completamente a ser torrada, para que o primeiro-ministro António Costa deixe queimar em lume brando Pedro Nuno Santos."
O presidente do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC), Tiago Faria Lopes, diz mesmo que se o sindicato foi alvo de pressão política.
"Ligaram-nos do Governo a dizer que não estávamos a dizer a verdade, de modo a tentar condicionar a nossa a nossa prestação em termos de sindicatos."
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"Se vão levantar o véu, se calhar vamos ter muitas surpresas até a nível de códigos de operação", alerta Tiago Faria Lopes.